"A sua competência, lisura e seriedade, a maneira discreta e tranquila como aborda cada missão que abraça e a forma como está sempre do lado das soluções, até porque sabe liderar equipas, aliadas ao seu portismo inabalável, são garantias mais do que suficientes de que teremos um novo Conselho Superior revitalizado, que vai recuperar o seu espírito inicial e produzir resultados que reforçarão o FC Porto", explicou o ex-treinador do FC Porto, em sessão na sede de campanha da candidatura "Só há um Porto", no Porto.
Antigo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), entre 2016 e 2020, Fernando Freire de Sousa foi secretário de Estado para a Competitividade e Internacionalização no XIII Governo Constitucional, de 1996 a 1997, e repartiu a sua carreira profissional entre a docência universitária e a gestão empresarial.
"Tem um percurso inatacável na vida pública e essa vida preenchida nunca o impediu de se disponibilizar para o FC Porto", reforçou André Villas-Boas, em alusão às passagens anteriores do seu candidato pelo Conselho Superior e pelo Conselho Consultivo da SAD.
Fernando Freire de Sousa, de 71 anos, disse ter "uma gratidão imensa e eterna" para com a atual liderança de Pinto da Costa, mas admitiu que os "tempos são incompatíveis com procuras inconsequentes de preservação de métodos esgotados e de 'status quo'".
"É dos livros e da prática que não há nenhuma organização que consiga sobreviver e se reproduza de forma alargada com base em escolhas assentes na estrita continuidade de situações que se tornam insuportáveis por manifesta caducidade. Há jogos escondidos, trapalhadas mal remendadas, promessas contraditórias e fora de tempo, contas pouco certas e em derrapagem, aproveitamentos inconcebíveis e capturas inaceitáveis", notou.
O presidente do Conselho Geral da Universidade do Porto e atual vice-líder da Casa da Música do Porto acompanhará Ana Cristina Costa, Cristiana Vieira, Vitória Matos, Joana Carvalho e Catarina Brás Marques, que já tinham sido anunciadas como integrantes da candidatura de André Villas-Boas ao Conselho Superior, órgão consultivo do FC Porto.
"Há que implementar um projeto mais criativo e de aprofundado valor na independência estratégica e de decisão, na saúde financeira e organizativa, no ecletismo e no retorno estruturado e paulatino da hegemonia do futebol", apontou, defendendo que o Conselho Superior deve fomentar um processo de revisão estatuária "o mais participado possível", que produza decisões importantes para o clube e uma gestão moderna e transparente.
Fernando Freire de Sousa e André Villas-Boas discursaram ao lado de António Tavares, proposto para a liderança da Mesa da Assembleia Geral, e Angelino Ferreira, cabeça de lista ao Conselho Fiscal e Disciplinar e antigo administrador financeiro da FC Porto SAD.
Esse quarteto rubricou a assinatura final dos termos de mandato da candidatura "Só há um Porto", cujas assinaturas e nomes escolhidos para a chefia de cada órgão social irão ser entregues na terça-feira a José Lourenço Pinto, líder da Mesa da Assembleia Geral.
André Villas-Boas concorrerá com Pinto da Costa, detentor de 15 mandatos seguidos na presidência do FC Porto e dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, e com o empresário Nuno Lobo, candidato vencido em 2020, nas eleições para os órgãos sociais do clube, que vão ser realizadas em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.
O Conselho Superior vai ser disputado por essas três candidaturas e por um movimento independente, que elegeu três dos 20 membros efetivos daquele órgão há quatro anos e que volta a ser liderado pelo advogado e professor universitário Miguel Brás da Cunha.