A tarde de domingo foi rica em emoções para os adeptos do Benfica e para... Rafa Silva. No adeus da Luz ao camisola 27 das águias, que vai deixar o clube encarnado no final da época, a equipa de Roger Schmidt decidiu mostrar aquilo que por tantas vezes deixou por mostrar e goleou o Arouca (5-0), em jogo da 33.ª e penúltima jornada da I Liga.
Numa partida de sentido único, a vitória do Benfica nunca esteve em causa perante uma formação arouquense que esteve vários furos abaixo do nível exibicional habitualmente apresentado ao longo desta temporada.
Os golos da tarde ficaram a cargo de Ángel Di María, Orkun Kokçu, Rafa Silva, em dose dupla, e Casper Tengstedt perante uma casa . Vamos por, isso, aos protagonistas.
A figura
Incontrolavelmente, Rafa Silva foi a grande figura da partida e não apenas pelo simbolismo de ser a despedida do Estádio da Luz. O avançado português depressa começou a causar calafrios aos adversários e acabaria mesmo por marcar dois golos, já depois de ter recusado bater as duas grandes penalidades (convertidas com sucesso por Di María e Kokçu).
Além disso, e tendo em conta a 'magia' do segundo tento da conta pessoal, que até mereceu uma celebração à Pizzi, antigo colega de equipa no Benfica, Rafa foi sempre um perigo à solta e um autêntico quebra-cabeças para a defesa do Arouca. Antes de sair e ser ovacionado pela Luz, ainda teve tempo de assistir Tengstedt para o último golo da tarde. Uma exibição de mão cheia de Rafa, a condizer com o resultado final.
A surpresa
Depois de meses de turbulência, Kokçu continua determinado em fazer as pazes com os adeptos e voltou a assinar uma exibição de grande categoria a jogar na posição que tanto queria. O internacional turco esteve sempre muito interventivo no jogo e foram deles as assistências para os dois golos de Rafa Silva.
A desilusão
Cristo González tinha na Luz mais uma montra para mostrar que merece outros voos, mas apareceu visivelmente desinspirado e tornou-se presa fácil para a defesa das águias comandada por Otamendi. Passou completamente ao lado do jogo.
Os treinadores
Roger Schmidt
Sem Arthur Cabral e Marcos Leonardo, o treinador alemão optou por jogar com Rafa Silva como falso 9 e viu a equipa responder de forma categórica ao descalabro da última jornada. Promoveu, ainda, a estreia de João Rego.
Apesar da má temporada do Benfica, vale recordar que as águias não sofreram qualquer derrota no campeonato em casa: 15 vitórias e dois empates em 17 jogos.
Daniel Sousa
O Arouca deixou uma imagem pálida daquilo que já mostrou ser nesta temporada. Talvez a ressentir-se da saída de Rafa Mujica, a formação arouquense revelou dificuldades em defender e não teve argumentos para causar perigo no ataque.
O FC Arouca sofreu a maior derrota fora de casa da sua história na Liga 🇵🇹
— Playmaker (@playmaker_PT) May 12, 2024
Maiores derrotas do FC Arouca fora na Liga 🇵🇹:
5-0 Benfica (2023/24)
5-1 Sporting (2013/14)
5-1 FC Porto (2022/23)
4-0 Benfica (2014/15)
4-0 Benfica (2022/23) pic.twitter.com/2oVrpijiuI
O árbitro
Fábio Melo teve uma tarde com trabalho, mas sem lances que suscitem grande discussão. Nos dois penáltis decidiu prontamente e viu o VAR dar-lhe razão. Na questão disciplinar esteve um pouco menos assertivo, exagerando numa ou outra ocasião. Nota positiva.
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