Deco nasceu e cresceu no mundo do futebol, mas hoje em dia também 'marca golos' no mundo dos negócios. O antigo jogador do FC Porto vestiu 75 vezes a camisola da seleção nacional e admite que Portugal é "muito especial", motivo pelo qual está diretamente envolvido na entrada da Boali, um grupo brasileiro de restaurantes de alimentação saudável, no nosso país.
Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o ex-internacional português assume o carinho que mantém pelo território nacional - em especial pela cidade Invicta - e não tem dúvidas em afirmar: "Portugal é o meu país".
Sobre a aposta no 'mundo' da alimentação saudável, Deco explica que, atualmente, há uma maior consciencialização neste sentido, mesmo por parte dos seus colegas de profissão e dos próprios clubes: "Há uma diferença entre o passado e agora".
E por falar em presente, o atual diretor desportivo do Barcelona admite que a ligação com a Boali aconteceu "no momento certo" e garante estar em Portugal sempre que puder até porque continua a ter casa no Porto.
Portugal para mim é a minha casa, onde me sinto bem, principalmente no Porto
Quão especial é fazer parte deste projeto no momento da entrada em Portugal?
É muito especial. Portugal para mim é a minha casa, onde me sinto bem, principalmente no Porto. Quando cheguei, comecei por viver em Lisboa e depois fui para o Porto. Os meus filhos nasceram e cresceram aqui. No fundo, Portugal é o meu país e qualquer coisa que eu faça e que possa estar relacionada com Portugal, será sempre um prazer.
A Boali encaixa muito no nosso dia a dia. Em casa, a minha mulher é obcecada com a alimentação saudável e os meus filhos também dominam muito mais o tema. Isto começou por um problema que tínhamos num centro de campos que temos no Brasil, para jogar futevólei. Abrimos há dois anos e temos um restaurante no meio dos campos. A nossa ideia inicial era que esse restaurante fosse de comida saudável e tudo se juntou.
Quando nos juntámos para falar disso, o Rodrigo Barros [CEO da Boali e com quem o Notícias ao Minuto também falou - pode ler a conversa aqui] começa a contar-me o projeto de expansão da Boali. Surgiu a oportunidade.
Além de saber do potencial da Boali, acho que é uma coisa nova que me agrada trazer para Portugal.
Essa consciência da alimentação foi crescendo. Há uma diferença entre o passado e agora
Podemos então dizer que Portugal deu o empurrão que faltava para entrar neste negócio?
Sim, sim! Encaixou muito naquilo que estávamos a pensar para o nosso restaurante. Quando ele me contou a vontade de entrar em Portugal, eu fiquei logo muito interessado. Foi a partir daí.
Essa preocupação pela alimentação saudável sempre fez parte da sua carreira enquanto futebolista?
Talvez não [risos]. Mentiria se dissesse que foi. Essa consciência da alimentação foi crescendo. Há uma diferença entre o passado e agora. Não que não existisse naquela altura, mas era uma coisa pouco estudada. Era tudo mais básico.
[Os jogadores, atualmente,] são mais conscientes e os clubes também
Vamos dar um exemplo: um jogador comia mais carbohidrato, comia fruta... Tinha uma alimentação pouco estudada. Não era tão forte como hoje em dia.
Hoje em dia os jogadores são mais controlados nesse sentido?
São mais conscientes e os clubes também. Hoje a informação que temos ao nosso dispor é muito maior. A pesquisa aumentou muito nos últimos anos. Acredito que os jogadores têm mais conhecimento hoje do que no passado.
Que mensagem pretende passar para os portugueses ao associar-se à Boali?
Inovação, além de qualidade. Nunca me associaria a nada que não tivesse qualidade. É isso que a Boali vai trazer para o mercado português. É algo com o qual eu me identifico. Caso contrário, não teria o desejo de entrar. Eu costumo dizer que conheço o Rodrigo há pouco tempo, mas também há muito tempo. O Rodrigo conhece o meu irmão de criação há mais de 20 anos, são da mesma cidade, então dessa nossa relação recente foi buscar histórias do passado. São coisas que acontecem no momento certo. A Boali apareceu num momento importante para mim.
Eu gosto das saladas, porque em casa me obrigam muito [risos] (...) Toda a gente pensa que os jogadores não podem comer, mas podem comer tudo
O Deco vestiu a camisola da seleção por 75 vezes. Abrir 75 restaurantes nos próximos 10 anos seria uma meta ambiciosa?
Não era mau [risos]. É boa ideia! Vamos trabalhar nessa meta!
O que os portugueses vão encontrar na Boali e qual é, já agora, o seu prato favorito?
Gosto das saladas, porque em casa me obrigam muito a comer [risos]. Os crepes são o que mais gosto.
E os próprios jogadores também podem ir à Boali de forma regular porque será uma opção saudável...
Saudável e boa! Toda a gente pensa que os jogadores não podem comer, mas podem comer tudo.
Atualmente tem funções muito importantes em Espanha, como diretor desportivo do Barcelona. Com este negócio, tenciona estar mais presente em Portugal?
Estou sempre presente, mas apenas em alguns momentos. A Lisboa venho muito pouco, ao Porto vou sempre mais, porque tenho lá casa. Sempre que puder, vou estar presente.
Deco ao lado de Rodrigo Barros, o CEO da Boali© Boali
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