O resumo de uma temporada. Numa partida em que já não tinha nada a ganhar (mas que poderia ter algo mais a perder), o Benfica não conseguiu ir além de um empate a uma bola, em Vila do Conde, perante o Rio Ave, no encerramento de 2023/24.
Os encarnados dominaram a partida quase na sua totalidade, e só não recolheram aos balneários com a mesma 'no bolso' graças a uma exibição 'de outro mundo' do guarda-redes adversário, o estreante Cezary Miszta, que levou, sobretudo, Casper Tengsted ao desespero, com uma série de boas defesas.
Foi então que, aos 32 minutos (e depois da bonita homenagem a Ukra, que colocou um pouco final na carreira, aos 36 anos de idade), Orkun Kokçu fartou-se de ver o companheiro de equipa desperdiçar oportunidades e fez, ele próprio, o gosto ao pé.
Daí em diante, verificou-se um autêntico 'festival' de golos falhados, por parte dos encarnados, que só não alcançaram um resultado 'gordo' por culpa de Cezary Miszta, com uma grande 'ajuda' da parte da ineficácia da frente de ataque.
Do outro lado da 'barricada', os vila-condenses foram, aos poucos, acreditando que era possível pontuar. Aos 78 minutos, Emmanuel Boateng ainda marcou, é verdade, mas o lance foi invalidado, por posição irregular, pelo que o marcador se manteve inalterado.
Foi então que, em cima do apito final, Florentino Luís cometeu um erro imperdoável, levando a mão à bola e cometendo uma grande penalidade que Costinha aproveitou para atirar a contar, sentenciando, desta maneira, o resultado final.
O Benfica fecha, desta maneira, a época (como era já inevitável) na segunda posição, com 80 pontos conquistados ao cabo de 34 jornadas. O Rio Ave, por seu lado, é, para já, décimo classificado, com os mesmos 37 pontos do Farense, que ainda vai receber o Portimonense.
Figura
Sem Rafa Silva, Orkun Kokçu deu garantias de que está preparado para assumir a posição número 10, no esquema tático do Benfica. Não bastou para vencer, é verdade, mas o internacional turco esteve na origem das principais ocasiões de golo da equipa e concretizou, ele próprio, aquela desfez o nulo.
Surpresa
Emprestado pelo Legia Varsóvia, Cezary Miszta teve, finalmente, a oportunidade de se estrear ao serviço da equipa principal do Rio Ave, e com nota (bastante) positiva. O guarda-redes polaco fez de tudo para manter a equipa 'viva' no jogo, tendo esta acabado por 'salvar' um ponto, já nos descontos.
Desilusão
Num meio-campo preenchido por Florentino Luís, João Neves e Orkun Kokçu, Mateo Tanlongo acabou por ser completamente 'engolido'. O jogador emprestado pelo Sporting passou completamente ao lado do jogo, pelo que não surpreendeu, de todo, que Luís Freire o tenha substituído por Adrien Silva, ao intervalo.
Treinadores
Luís Freire: Tal como é seu apanágio, o Rio Ave foi a jogo sem medo, procurando condicionar a saída de bola do Benfica, sem nunca descurar as saídas para o ataque. A equipa foi dominada durante grande parte do jogo, mas nunca 'atirou a toalha ao chão', e, já nos descontos, viu-se recompensada.
Roger Schmidt: O Benfica capturou o total controlo do meio-campo, na primeira parte, e não deixou grande margem ao Rio Ave para dar um ar de sua graça. No entanto, não soube reagir à maneira como Luís Freire foi 'transfigurando' o adversário, deixou-se apanhar e, na reta final, 'tombou' perante o erro de Florentino Luís.
Árbitro
Numa partida que pouco dizia, quer a Rio Ave, quer a Benfica, David Silva acabou por ter trabalho acrescido, ao qual soube responder. Na primeira parte, não assinalou (e bem) grande penalidade, num lance dividido entre Morato e Emmanuel Boateng. Na reta final, foi ao VAR e assinalou (e bem, também), penálti por mão na bola de Florentino Luís.
Leia Também: Rio Ave-Benfica parou aos 17 minutos para a guarda de honra ao 'rei' Ukra