Apesar do desfecho inglório, Portugal tem o futuro garantido. A seleção nacional de sub-17 falhou a conquista do terceiro Campeonato da Europa, esta quarta-feira, permitindo que a Itália arrecadasse o primeiro 'caneco', face à derrota por 3-0, na final disputada no Chipre.
O percurso nacional até ao derradeiro duelo foi assinalável. Quanto a isso, não restam dúvidas. Contudo, bastou uma má entrada (aliás, duas) para que o resultado não fosse do agrado dos portugueses. Sensivelmente à passagem do primeiro quarto de hora, Portugal já perdia por dois golos, apontados por Federico Coletta (7') e Francesco Camarda (16').
O conjunto de João Santos correu atrás do prejuízo, como era obrigação, mas a ineficácia na hora de visar a baliza adversária - com sucessivas oportunidades falhadas até ao intervalo, por intermédio de Rodrigo Mora, Quenda e Dudu - foram alimentando a esperança dos italianos.
Qualquer estratégia que os juvenis da seleção portuguesa tivessem idealizado no balneário não tardou em cair por terra, quando, aos 50 minutos, Camarda bisou e sentenciou as dúvidas, naquele que foi o 3-0 final. Quando a uma má entrada se junta outro mau arranque (de 'pesadelo', diga-se), não há muito a fazer.
Desta forma, a Itália conquista o Europeu de sub-17 pela primeira vez na sua história. Já Portugal, que procurava o terceiro título à terceira final, acabou por 'esbarrar' na eficácia e eficiência do seu adversário.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Francesco Camarda conseguiu o que qualquer avançado sonha alcançar. A cada remate à baliza, um golo. No caso, foram dois, com peso no resultado final, 'matando' as aspirações que Portugal ainda tinham quanto à luta pelo troféu. A frieza na finalização, aliada à capacidade de se movimentar em campo em prol das desmarcações dos colegas, permitiram ao avançado do AC Milan - que já se estreou pela equipa principal - ser um dos principais destaques da Itália em toda a competição.
Surpresa
De Milão seguimos para Roma, a capital italiana. Federico Coletta já tinha sido decisivo nas 'meias', ao marcar frente à Dinamarca (0-1) e a verdade é que voltou a 'faturar', de forma madrugadora até (7'), abrindo caminho para a derrota de Portugal. O médio ligado às camadas jovens da AS Roma 'surpreendeu' ao ponto de praticamente não perder bolas e, sobretudo, pela forma como apareceu na grande área para inaugurar o marcador, de cabeça, sem que a defesa lusa estivesse a contar com isso.
Desilusão
Não se pode dizer que Gabriel Silva não tenha tentado fazer mais. Tentou, é certo, mas caiu sempre na 'teia' montada pelo setor defensivo italiano. O ponta de lança do Sporting - titular em praticamente todos os jogos no Europeu - apenas criou perigo por uma ocasião e, por força da marcação do adversário, pouco conseguiu corresponder às solicitações dos seus companheiros de ataque, tanto pelo corredor central, como pelas alas.
Treinadores
Massimiliano Favo soube como aplicar uma estratégia exímia para impedir o êxito de Portugal, ainda que tenha beneficiado (e muito) da ineficácia cruel da seleção das equipas. É certo que a Itália terminou o jogo com três remates à baliza e três golos, mas todas as jogadas foram dignas de registo, assentes numa matriz de jogo pragmático e desenvolvida ao estilo transalpino. Marcar golos e fazer substituição nas alturas certas também dá pontos. No caso, deu um inédito título.
João Santos foi 'tramado' pelas circunstâncias do jogo e Portugal não conseguiu resistir às 'feridas' cirúrgicas causadas pelo seu adversário. Sofrer logo a abrir as primeira e segunda partes foi um golpe duro nas aspirações lusas e o selecionador nacional teve dificuldades para descobrir a fórmula para dar a volta às contrariedades. A falta de eficácia na chegada à baliza da Itália não ajudou e as substituições na última meia hora pouco acrescentaram ao jogo.
Árbitro
Radoslav Gidzhenov protagonizou uma arbitragem segura e coerente, embora tenham ficado algumas dúvidas por descodificar quanto a um eventual fora de jogo no lance do segundo golo (16'). O assistente da equipa do juiz búlgaro não levantou a bandeirola e a inexistência de VAR impediu a revisão do lance, que se refletiu no ampliar da desvantagem de Portugal. Quanto ao resto, esteve bem a gerir a final no capítulo disciplinar.
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