O Tribunal de Instrução Criminal anunciou, esta terça-feira, que há indícios de crime no processo Saco Azul. A julgamento irão Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira, administradores, e a Benfica SAD e o Benfica Estádio, num caso que incide sobre suspeitas de desvio de verbas através da celebração de contratos fictícios. O esquema, alegadamente, terá lesado o Estado em cerca de meio milhão de euros.
A pouco tempo do início de uma nova temporada desportiva, que impacto pode ter o caso no Estádio da Luz? Foi isso que o Desporto ao Minuto tentou perceber junto de José Manuel Capristano, vice-presidente da direção de João Vale e Azevedo, que opta por destacar que "os jogadores do Benfica são devidamente experimentados para não se preocuparem com coisas que são do foro administrativo do clube".
"Têm de se ocupar do foro desportivo - e têm muito com que se preocupar. Há que defender os interesses do Benfica esta época para não seguirem o exemplo da época passada, que não foi catastrófica mas foi frustrante", acrescentou o antigo dirigente.
Sobre o processo judicial, Capristano assegura que, enquanto adepto, tem a esperança de que não existam motivos para alarme, e que Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira, de quem é amigo próximo, "são pessoas de bem". "Não me parecem passíveis de cometerem ilícitos deste género. Acredito que isto não tenha ponta por onde se lhe pegue", faz notar.
Continuidade de Roger Schmidt não agrada, mas opções eram escassas
Do sucesso da próxima época também dependerá a prestação de Roger Schmidt, que apesar da contestação dos adeptos, conseguiu garantir junto de Rui Costa a permanência na Luz. José Manuel Capristano, que não poupou o técnico alemão a críticas ao longo da época passada, continua a ter dificuldades em olhar para Schmidt como o homem certo para o projeto, mas explica ao Desporto ao Minuto que "não restavam muitas opções".
"Se correr mal, o Rui Costa está mal, mas se ele o mandasse embora, fosse buscar outro e isso corresse mal, então o Rui Costa continuaria a estar mal. Seria 'preso por ter cão e por não ter'. Para além disso, para mandar o Schmidt embora, teria de ser dada uma grande indemnização", assinala.
Por fim, Capristano olhou para o 'copo meio cheio' e reconheceu várias qualidades ao treinador, destacando as apostas em António Silva e João Neves. "Também tem feito muita coisa boa. Por isso, o Benfica tem de estar unido - que é algo que eu não vejo - de forma a conseguir-se o que não se conseguiu na época passada: o campeonato nacional", conclui.
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