"Depois do primeiro jogo, a equipa já percebeu qual a sincronização que é necessário ter. Obviamente, vem com outra confiança, sobretudo pelos três pontos que já somou. Fazer golos e inverter resultados nos últimos minutos dá um sentimento importante de acreditar que é possível virar qualquer jogo. Isso dá ânimo e mantém a equipa focada, se bem que a confiança vem mais da vitória", observou à agência Lusa o técnico, de 43 anos, que foi adjunto do Antalyaspor, do escalão principal turco, na primeira metade da época anterior.
Portugal encara a Turquia no sábado, às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), no Signal Iduna Park, em Dortmund, na Alemanha, para a segunda ronda do Grupo F da 17.ª edição do Campeonato da Europa, três horas depois do embate entre Geórgia e República Checa.
Os lusos, campeões em 2016, dividem o comando da 'poule' com os turcos, ambos com três pontos, sendo que se apuram automaticamente para oitavos de final e asseguram a primeira posição se ganharem e os georgianos não derrotarem os checos em Hamburgo.
"Vai ser um duelo com características diferentes do primeiro e Portugal terá pela frente o adversário mais competitivo da primeira fase. Será um jogo muito disputado e equilibrado entre as equipas mais fortes do grupo. Apesar de a Turquia ter atletas de altíssimo nível, acredito que Portugal apresenta condições para ter protagonismo e dominar mais", disse.
Na terça-feira, em Leipzig, o conjunto orientado pelo espanhol Roberto Martínez iniciou a nona presença, e oitava seguida, em Europeus com um triunfo sofrido frente aos checos, que até se adiantaram por Lukás Provod (62 minutos), mas viram Robin Hranác (69), na própria baliza, e o suplente Francisco Conceição (90+2) a selarem a reviravolta nacional.
"Estamos a falar de atletas altamente experientes e do mais alto nível no futebol mundial. No entanto, este tipo de competição tem algumas características particulares. Apesar da experiência, há sempre um sentimento de querer entrar bem e com uma vitória.
Como é óbvio, isso afeta o primeiro encontro de qualquer seleção, mas toda a gente percebe que Portugal tem uma seleção muito experiente. A conquista destes três pontos foi bastante importante e é um fator decisivo para dar mais confiança à equipa", vincou João Tralhão.
O ex-treinador da formação do Benfica acredita que a equipa das 'quinas' soube "manter sempre a qualidade" perante as nuances utilizadas no duelo com a República Checa, no qual alinhou com três defesas centrais e foi gerando dinâmicas assimétricas nos flancos.
"Portugal reúne um conjunto de jogadores muito homogéneo a nível qualitativo, mas, em termos de características, pode dar diferentes coisas ao jogo. É importante gerir o grupo numa prova tão densa e curta. Não diria que não haverá alterações táticas, até porque o selecionador já demonstrou ao longo do tempo que tem uma variabilidade mais alargada. Sendo um jogo com outro perfil, acredito possa ter algumas opções diferentes", analisou.
João Tralhão espera um "jogo bonito em campo e nas bancadas", aludindo à previsão de nova 'enchente' em Dortmund, onde a Turquia bateu a estreante Geórgia (3-1) na ronda inicial, galvanizada pelo apoio da maior comunidade estrangeira residente na Alemanha.
"Eu trabalhei na Turquia e percebo claramente a paixão que eles têm pelo jogo e a forma como apoiam as suas equipas e, neste caso, a seleção. Vai ser um fator muito relevante para dar uma energia extra aos jogadores turcos, mas Portugal também terá uma falange de apoio bastante grande, com certeza. São duas culturas que adoram futebol", concluiu.
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