Rui Águas, ex-avançado da seleção nacional, mostrou-se esta quinta-feira algo preocupado com as exibições da equipa das quinas no Euro'2024, numa altura em que os lusos vão medir forças com França nos quartos de final da competição.
O antigo internacional português confessa que as recentes exibições da seleção fizeram baixar as expectativas, considerando mesmo que os cidadãos portugueses estão "um bocadinho intranquilos".
"Este é um campeonato pelo qual partimos como pseudo-favoritos, que acho que é sempre exagerado. Agora, lidamos com a realidade e com o que temos visto da Seleção e de outras. Os dados alteraram-se de alguma maneira, por isso as expectativas das pessoas, até dos jogadores, terão voltado um bocadinho à terra. São 90 minutos em que se jogarão a continuidade. Olhando para o meu tempo, Portugal tem um grupo de jogadores do mais alto nível e acho que podemos esperar o melhor, embora as exibições nos deixem um bocadinho intranquilos", começo por dizer Rui Águas, à margem da presença no torneio Ibercup.
"Até esta fase tinha uma opinião um bocadinho diferente [sobre Roberto Martínez]. Uma pessoa mais estável. Um treinador que tem um currículo respeitável. E, olhando ao que eu penso e que poderia fazer se estivesse no lugar dele, acabo, como qualquer pessoa, sentir alguma ilógica no que foi fazendo ao longo deste período de preparação, que é importantíssimo. Em que as equipas têm algum tempo mais de que não dispõem durante a temporada, em que se prepararam para uma competição especificamente. Acho que não houve uma regularidade de processos e de escolhas muito lógica. Mas, ao mesmo tempo, ele é que tem currículo e está com os jogadores", prosseguiu Rui Águas, que não concordou com a política de descanso na derradeira jornada do Grupo F, contra a Geórgia.
"A questão do sistema tático, quando se tem pouco tempo para treinar, deve estabilizar-se. A fase da inovação já lá vai muito para trás. Por um lado, entende-se o descanso dos jogadores. Este último jogo já foi um bocadinho fora, com a necessidade dos jogadores descansarem e incluírem os jogadores a quem convinha dar ritmo para estarem melhores preparados. Mas o Cristiano Ronaldo, que é o mais velho, não descansou. Não fez qualquer tipo de sentido. São jogos tão pegados, é um super atleta mas é humano, não é um super-homem. E de repente um homem que faz os jogos todos, chega nas vésperas de um encontro decisivo e é utilizado a tempo inteiro… para mim não faz sentido. A questão do cansaço e da recuperação, da prevenção de lesões, da frescura física são tudo fatores que num desporto destes, de grande exigência física e mental, são fundamentais. E um jogador como um dos mais fundamentais da equipa que deve ser cuidado e não apaparicado, se é que se pode falar assim", finalizou.
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