O Benfica conquistou, este domingo, a Taça de Portugal feminina de hóquei em patins, ao vencer na final o Tojal por 3-2. Após o encontro, Fernando Tavares, vice-presidente do clube da Luz e responsável das modalidades, voltou a apontar o dedo à Federação.
O dirigente encarnado não calou a sua insatisfação em relação à polémica dos últimos dias e que está relacionada com as eleitas para o Mundial de hóquei em patins feminino. Fernando Tavares pediu a demissão de Hélder Antunes.
"Fechámos o 34.º título desta equipa em 11 anos de história. A única taça que perdemos, foi uma Taça de Portugal, foi aqui para a Marlene [Sousa]. Hoje, recuando no tempo, não ficamos muito tristes que tenha sido a Marlene a conquistar essa taça. Nós aqui no Benfica, ao contrário do selecionador nacional, gostamos muito da Marlene. Achamos que a última convocatória para o Campeonato do Mundo é difícil de aceitar e explicar. É absolutamente inqualificável por parte do selecionador nacional. Senão vejamos, o Benfica não consegue encontrar nenhum critério lógico e objetivo para explicar a exclusão de jogadoras como a Marlene, Sofia, Bia e Maria Vieira", começou por dizer o vice-presidente do clube da Luz, aos microfones da BTV.
"Peguemos no caso concreto da Marlene Sousa. Não vejo onde possa haver critério desportivo. Melhor jogadora portuguesa encaixava em qualquer equipa e seleção do mundo. Critério não desportivo: estamos perante uma atleta exemplar, uma mulher com comportamentos corretos, exemplo no desporto em Portugal. Critério de renovação? Não me parece, porque a Marlene ainda tem muito para vender e dar ao hóquei português. Critério comparativo: como é que a Marlene se compara com as outras jogadoras? Não tem discussão que seja a melhor jogadora portuguesa. E há outro critério, no topo da pirâmide, que é o pessoal. A Marlene abdicou da seleção nacional? Que eu saiba não. Sou uma pessoa abençoada, porque tive a sorte de ter visto jogar Livramento e tenho a sorte de ver jogar a Marlene. Jogadores que se vão imortalizar no hóquei e no desporto português. Quando estamos como dirigentes ou treinadores perante um ou uma atleta com o estatuto da Marlene, não somos nós que dizemos à Marlene para abdicar. Tem de ser a Marlene a dizer quando é que está pronta para abdicar, que é uma diferença grande. Não conseguimos aceitar esta exclusão da Marlene", prosseguiu.
"A Federação, no seu comunicado, refere que as escolhas do selecionador têm de ser respeitadas. Concordo. Mas têm de ser respeitadas quando têm de ser defendidas, fundamentadas e explicadas. E esta exclusão da Marlene e das outras três jogadoras são difíceis de explicar. Não há nenhuma lógica, sentido explicativo para poder defender uma opção destas. A Federação de Patinagem não é dona da modalidade, não é proprietária da modalidade, é uma entidade reguladora da modalidade. Como entidade reguladora da modalidade, tem de dar explicações aos seus operadores e clubes. São os clubes que sustentam a modalidade. E portanto, o selecionador nacional o que tinha de fazer era vir a público e explicar a exclusão da Marlene, da Maria, da Sofia e da Bia", vincou Tavares.
"A estrutura de hóquei do Benfica esteve em contacto com o diretor nacional de hóquei em patins e as explicações que deu… sinceramente sinto vergonha de as reproduzir aqui. São tão ridículas. São impossíveis de ser reproduzidas. O desporto é um fator de sustentabilidade social. Os políticos, governos e secretaria de estado do desporto têm de fazer uma reflexão profunda sobre o que se está a passar no desporto em Portugal. Estamos incomodados com a convocatória da seleção e ficaria bem ao selecionador ou vir explicar as exclusões ou então fazer o que devia ter feito há mais tempo, que era demitir-se. Não é o primeiro incidente com atletas do Benfica. Só posso sentir como perseguição às jogadoras, ao Benfica e ao hóquei. Em situação alguma se pode excluir as melhores jogadoras de uma seleção nacional", finalizou o dirigente encarnado.
Leia Também: Benfica conquista Taça feminina de hóquei pela 10.ª vez consecutiva
Leia Também: Benfica ataca convocadas para a seleção feminina: "Ato vexatório"
Leia Também: Benfica campeão feminino de hóquei em patins pela 11.ª vez consecutiva