João Neves já não é, de forma oficial, jogador do Benfica, depois de uma longa maratona negocial com o Paris Saint-Germain. O clube da Luz recebe, no imediato, 59,9 milhões de euros pelo internacional português, valor ao qual acrescem dez milhões em objetivos.
Contas feitas, e descontado o dinheiro entregue ao empresário Jorge Mendes pela intermediação deste negócio, o Benfica poderá receber, no máximo, cerca de 64 milhões de euros por um jogador que tinha como cláusula de rescisão 120 milhões de euros.
Números que agradam a José Manuel Capristano. Em declarações exclusivas ao Desporto ao Minuto, o antigo vice-presidente do Benfica não considera que este tenha sido um negócio ruinoso para a SAD, destacando, ainda, a importância do regresso de um jogador como Renato Sanches, que chega cedido pelo PSG.
"Só um lunático é que pode pensar isso numa ocasião destas, e, quando há o fairplay financeiro, que está asfixiar até os clubes estrangeiros, em que se recebe uma verba de 60 milhões mais o Renato Sanches, que pode render muito dinheiro... Embora seja longe da cláusula de rescisão. Mudam-se os ventos e mudam-se as vontades. Hoje, o mercado não está como estava até há bem pouco tempo. Já não vai para os três dígitos, vai para os dois. O João Neves foi a maior transferência da época no mundo do futebol. Claro que, para os que acham que está tudo mal, esta transferência também foi má. Eu também preferia que o João fosse vendido por 120 milhões e até que ele não fosse vendido. Mas são as circunstâncias, é a vida", começou por dizer o antigo dirigente.
Capristano mostrou-se entusiasmado com o regresso de Renato Sanches e recusa a ideia de que este seja um mau negócio para o Benfica.
"Ninguém pode considerar isto um mau negócio. O Benfica está completamente defendido. Não vai pagar taxa de cedência, não paga ordenados e só paga se fizer 60 a 80% dos jogos. Deus queira que o Benfica pague, pois significa que o negócio foi um êxito completo. Alguém pode considerar este negócio ruinoso? Qual é o risco que o Benfica corre? Zero", afiançou o ex-dirigente encarnado, que recusou a ideia de que o agora camisola 85 do clube da Luz possa falhar, à semelhança dos anteriores empréstimos de Draxler e Bernat.
"Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O Renato Sanches foi formado no Benfica, tem a escola do Benfica e é um menino querido da massa associativa. Vamos dar-lhe uma oportunidade para mostrar o que foi. Por outro lado, é preciso dizer que os outros dois jogadores [emprestados pelo PSG] eram internacionais e custaram dinheiro ao Benfica. Este não custa dinheiro ao clube", frisou.
Questionado sobre se a continuidade de Di María no Benfica poderá ter tido impacto na saída de João Neves, Capristano recusou a ideia e deixou escapar que o argentino, de 36 anos, tem de ser melhor gerido pelo treinador Roger Schmidt na época que se avizinha.
"O Di María, naturalmente, não é um jogador barato, até porque é campeão do mundo. É um génio. O que o Di María precisa é de um treinador que o saiba gerir fisicamente. Já não tem 20 anos, tem 36. É capaz de não conseguir fazer 90 minutos o campeonato inteiro. Mas se for bem gerido faz a diferença. Não pode é jogar sempre nem jogar o jogo todo", afirmou.
"O João Neves garantiu aos cofres do Benfica uma fortuna e o Di María não. Ganha muito por mês, mas o passe não custou nada. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O Di María é um génio e faz falta ao futebol português, honra o futebol português e o do Benfica. Mas tem de ser gerido. Se o treinador souber geri-lo ao contrário do que fez no passado, teremos um Di María em pleno e o Benfica cheio de esperança para ganhar o campeonato nacional e as outras provas", finalizou.
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