O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu, este domingo, à morte do presidente Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, considerando que a "sua dedicação ao olimpismo manifestou-se até ao último momento".
"É com profundo pesar que o Presidente da República evoca José Manuel Constantino, Presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), e apresenta à sua família e amigos, as mais sentidas condolências", lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que José Manuel Constantino, "licenciado em Educação Física dedicou, após docência no ensino básico e universitário, grande parte da sua vida ao dirigismo desportivo".
"Foi à frente do COP, que liderava desde 2013, que José Manuel Constantino granjeou deixar uma marca inesquecível no desporto nacional, sendo sob a sua liderança que Portugal obteve os seus melhores registos olímpicos", lê-se.
O responsável foi "condecorado em 2022" pelo Presidente da República "com as insígnias da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública".
"José Manuel Constantino deixa uma enorme saudade a todos os tiveram o privilégio de consigo privar. A sua dedicação ao olimpismo manifestou-se até ao último momento, até ao encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris", acrescenta a nota.
Já em declarações à SIC Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que José Manuel Constantino "assumiu o Comité Olímpico de Portugal em 2013, a menos de quatro anos dos Jogos Olímpicos do Brasil, no Rio de Janeiro, numa situação que era complexa".
O Presidente da República lembrou que "depois surgiu a pandemia" de Covid-19, que mexeu "com todo o calendário dos Jogos Olímpicos de Tóquio", programados para 2020. Pouco tempo depois, "registou-se um agravamento no seu estado de saúde".
"É uma coisa que foi sempre mantida com muita discrição e muito respeito. Ele viveu os três anos desde os Jogos Olímpicos de Tóquio até aos de Paris numa situação que era, para todos nós, de solidariedade, de militância e, da parte dele, de luta pela sobrevivência e também luta pelo ideal olímpico, luta pela equipa e luta pela preparação dos Jogos Olímpicos de Paris", frisou o Presidente da República.
"Muitas vezes se pensou que ele não chegaria a Paris", lamentou, acrescentando que o responsável "estava há muito tempo numa situação gravíssima".
"Aquilo que ficamos a dever a José Manuel Constantino, para além da sua paixão pelo ideal olímpico e por aquilo que fez ao longo da preparação de três Olimpíadas, é a situação em que viveu nos últimos anos", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o facto de a morte do responsável ter acontecido na altura de encerramento dos Jogos Olímpicos é "uma coincidência muito interessante" e afirmou "esperar" que tenha tido conhecimento da medalha de ouro alcançada no sábado por Iúri Leitão e Rui Oliveira.
José Manuel Constantino liderou o organismo olímpico nas duas melhores missões de Portugal a Jogos, com a conquista de quatro medalhas em Tóquio2020 e Paris2024, depois da estreia no Rio2016.
Antes, presidiu ao Instituto de Desporto de Portugal e à Confederação de Desporto de Portugal. Autor de livros e artigos publicados sobre desporto, era considerado um dos grandes pensadores sobre o fenómeno em Portugal, algo que foi reconhecido com os títulos de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto, em 2016, e pela Universidade de Lisboa, em 2023.
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