Iúri Leitão concedeu uma extensa entrevista ao jornal O Jogo, publicada na edição impressa desta quarta-feira, em que aproveitou para falar das sensações vividas no regresso a Portugal, após ter arrecadado uma medalha de ouro e outra de prata nos Jogos Olímpicos para o ciclismo luso.. Desde a receção no aeroporto ao reconhecimento por ser uma das sensações de Paris'2024, o ciclista de Viana do Castelo recusou lamentar a atenção dada ao futebol no seu mais recente contexto e admitiu não fazer ideia do que espera no futuro.

"Foi excecional e fiquei muito surpreendido. Nunca pensei que as pessoas aderissem tanto. No aeroporto esperava-se bastante gente porque há muitos que adoram ciclismo e ganhar na pista é um feito muito grande. O que mais me surpreendeu foi chegar a Viana e ver muito mais pessoas do que no aeroporto. Eram vianenses que têm a sua vida normal, nem todos seguem o desporto. Ficaram tão orgulhosos por ver um vianense campeão olímpico que esqueceram o descanso numa noite de segunda-feira. Ver tanta gente na Praça da República foi inesquecível", começou por dizer.

"Ser reconhecido? Gosto. Não posso dizer que não, não é? Se estamos sempre a lamentar que só o futebol é que merece atenção, que não temos apoio nem o reconhecimento das pessoas, não fazia muito sentido queixar-me agora. É uma consequência do nosso trabalho, portanto temos de desfrutar", vincou de seguida.

Questionado se as conquistas no ciclismo omnium e madison (nesta última ao lado de Rui Oliveira) poderiam mudar a sua carreira, Iúri Leitão deixou o futuro em aberto.

"Na verdade não sei, nunca pensei, antes de ir para os Jogos Olímpicos, que tivesse a hipótese de ser campeão. E também nunca, como consequência disso, me preparei para o que pudesse acontecer depois. Sei é que dentro de mim não vai mudar nada. Temos de continuar a fazer o de sempre, o trabalho do costume, tentar correr da melhor forma que sabemos. O que pode isto trazer depois? Não faço ideia. Espero coisas boas", atirou.

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