Tiago Martins, presidente do Pessegueirense, confirmou ter sido contactado por Fernando Gomes, presidente da FPF, que garantiu o apoio necessário à recuperação do clube filiado na Associação de Futebol de Aveiro (AFA) através do fundo de catástrofes.
O dirigente recorda que o incêndio "atingiu a bancada principal do estádio e a respetiva cobertura, a vedação em madeira do campo, algumas zonas do relvado e uma estrutura de painéis solares", assumindo que o clube ainda "está a apurar todos os detalhes dos danos provocados".
O Pessegueirense conta com cerca de 110 atletas nos escalões de formação, pelo que Tiago Martins vai lançar o apelo à AFA para que "as equipas possam continuar a jogar".
"Quando se tratar de jogos em casa na primeira volta, pedimos que se altere para jogarmos fora, para termos tempo para também de conseguirmos tratar da reparação das nossas infraestruturas com toda a segurança", sublinha.
O presidente da AFA, José Neves Coelho, adiantou que "a direção da associação vai reunir-se ainda hoje para apurar a possibilidade a eventuais alterações de calendário".
"Alguns clubes já o fizeram e outros estão na iminência de pedir a alteração de jogos. No Pessegueirense não estarão reunidas as condições para que se continue a competir naquele estádio. Quanto aos restantes clubes, vamos avaliando cada situação mediante as condições de segurança necessárias para a realização dos jogos", admite.
O presidente da AFA refere ainda que está a ser contemplado o acionamento do seguro de responsabilidade civil daquela instituição "de forma a apoiar os clubes cujas infraestruturas tenham sido sofridos danos com os incêndios".
Pelo menos três pessoas morreram e duas outras ficaram feridas com gravidade nos incêndios que atingem desde domingo a região centro do país, em Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, e destruíram mais de 20 casas, obrigando a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
Durante o dia de hoje, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou mais de 120 fogos, que chegaram a ser combatidos por mais de 5.000 operacionais, apoiados por 1.500 viaturas e 39 meios aéreos, dois deles vindos de Espanha.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
As chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.