Acusado de auxílio à imigração, dirigente do Lousanense critica agente

O julgamento do Lousanense e três dos seus dirigentes acusados de auxílio à imigração ilegal começou hoje, com o tesoureiro do clube a apontar culpas a agente de futebol brasileiro que seria responsável pelos jogadores.

Notícia

© Reuters

Lusa
01/10/2024 18:22 ‧ 01/10/2024 por Lusa

Desporto

Distritais

O tesoureiro do clube afirmou que o agente de futebol brasileiro envolvido no caso (que se encontra em parte incerta) teria cobrado valores a jogadores que foram para o clube, o vice-presidente afirmou que todo o processo de inscrição dos atletas era conduzido pelo coordenador de futebol, que já morreu, e o presidente do clube à data afirmava que nada sabia de futebol, que não ia a reuniões, assinava tudo de cruz e que ia ao clube para ir ao bar "beber uma cervejinha".

 

O Lousanense, clube da Lousã (distrito de Coimbra) que milita nas competições distritais, três dos seus dirigentes com funções entre 2018 e 2020, e um agente de futebol são acusados de sete crimes de auxílio à imigração ilegal, sete crimes de utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal e sete crimes de falsificação pelo Ministério Público, de acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso.

No arranque do julgamento, o presidente do clube à data dos factos afirmou que só foi presidente porque "não havia mais ninguém" para assumir o cargo.

"Eu não percebia nada de futebol, nem gostava de futebol", afirmou o arguido, que disse não saber em que divisão o clube jogava nem o nome dos jogadores envolvidos no processo.

O homem de 68 anos vincou que nenhum dos processos passou por ele, mas admitiu que assinava "de cruz" os documentos que lhe pediam e nunca movimentou as contas do clube.

"Pode-se considerar que era [um presidente] ausente. Às vezes, ficava lá a beber uma cervejinha ou outra no bar, mas era isso", resumiu.

Já o tesoureiro à data do clube aclarou que o agente de futebol, que também era arguido no processo, mas que se encontra em paradeiro desconhecido, terá tratado sempre dos processos dos jogadores com o coordenador do futebol do clube, que já morreu.

"Não tive qualquer intervenção na vinda dos jogadores. Um deles apenas soube que vinha na véspera, à noite", afirmou, referindo que apenas soube que os atletas estariam ilegais, aquando da intervenção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Sobre as promessas de contrato de trabalho, que seriam falsas, o arguido explicou que era o coordenador desportivo que tinha um modelo de documento para assegurar que estes poderiam ser inscritos na Federação Portuguesa de Futebol.

O tesoureiro admitiu que o clube não tinha qualquer interesse em assegurar um contrato de trabalho para os jogadores, já que a instituição era amadora e não tinha capacidade para pagar salários.

Com a morte do coordenador desportivo, o arguido explicou que assumiu ele a estadia dos jovens na Lousã, salientando que chegou a pagar a viagem de regresso a um deles.

"Eu estava a pensar que estava a fazer o bem, a corrigir um erro, a tentar ajudá-los", disse, referindo que manteve sempre boa relação com os jogadores e os pais deles.

O tesoureiro afirmou ainda que um dos jogadores lhe terá dito que vendeu "a geladeira [frigorífico] e micro-ondas" para dar dinheiro ao agente de futebol para vir jogar para Portugal.

"Acredito que alguns terão pagado três a cinco mil euros", disse, salientando que, no caso do Lousanense, a estadia dos jogadores só deu "despesa", não tendo sido cobrado nada aos atletas.

Também o vice-presidente do Lousanense afirmou que era o coordenador de futebol que assegurava o processo com os jogadores estrangeiros e analisava se estes teriam potencial para jogar no clube.

"Eu pensava que estava tudo bem", vincou.

Segundo a acusação, os membros da direção terão elaborado e subscrito documentos em que alegavam que asseguravam os meios de subsistência aos jogadores. Posteriormente, para a inscrição dos jogadores na Federação, era anexada uma alegada falsa promessa de contrato de trabalho.

Leia Também: Ingleses reconhecem injustiça e retiram cartão vermelho a Bruno Fernandes

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Rede social

Cristiano Ronaldo já está em Portugal para representar a seleção: "É bom"

Liga das Nações

Cristiano Ronaldo já está em Portugal para representar a seleção: "É bom"

Liga portuguesa

ClubeJPts
1Sporting2662
2Benfica2559
3FC Porto2653
4Sp. Braga2653
5Santa Clara2643
6Vitória SC2641
7Casa Pia2636
8Estoril2636
9Famalicão2634
10Moreirense2631
11Rio Ave2629
12Arouca2629
13C.D. Nacional2629
14Gil Vicente2523
15AVS2623
16Estrela2623
17Farense2617
18Boavista2615
Liga dos CampeõesLiga EuropaDesporomoção

Sobre rodas

Como se saiu o jovem português na estreia no Mundial de Fórmula 3?

Fórmula 3

Como se saiu o jovem português na estreia no Mundial de Fórmula 3?

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas