"Os cálculos que tenho neste momento do colégio eleitoral não são, nem de perto nem de longe, aqueles que vêm sendo ditos publicamente por uma eventual outra candidatura com a qual me irei confrontar em breve nas urnas. Ninguém é dono do voto de ninguém. Os 84 delegados votarão secretamente e em consciência naquele que será o melhor projeto para os próximos quatro anos", observou hoje o advogado, em declarações à agência Lusa.
As próximas eleições da FPF ainda não têm candidaturas oficializadas nem data marcada, numa altura em que Fernando Gomes está em funções desde 17 de dezembro de 2011 e cumpre o terceiro e último mandato permitido por lei, que termina até seis meses depois do ciclo olímpico de 2024.
"Tenho feito um périplo pelos 84 delegados e não há este unanimismo que se quer fazer crer e propagandear", atirou, garantindo que "nunca" se vai "deixar intimidar" por pressões externas.
Nuno Lobo, cujo ciclo presidencial de 12 anos na AFL terminará no final de 2024, deve enfrentar a concorrência do ex-árbitro internacional Pedro Proença, que comanda a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) desde 2015 e assumiu recentemente ter sido desafiado pelos clubes da I e II Ligas a candidatar-se à sucessão de Fernando Gomes.
"Há uma visão que, desde logo, me separa de Pedro Proença: sou um homem que cumpre compromissos. Vou terminar o mandato para o qual fui eleito na AFL e cumpri tudo aquilo que prometi aos meus clubes. Ao que consta, Pedro Proença vai fugir a meio de um mandato e da concretização de todas as linhas e promessas que fez aos clubes. Isso é algo diferenciador entre alguém que cumpre os compromissos e alguém que não cumpre aquilo que prometeu", estabeleceu.
Nuno Lobo prometeu oficializar em breve a sua candidatura, enquanto o líder da LPFP apontou uma decisão para a próxima Cimeira de Presidentes do organismo regulador do futebol profissional português, ainda sem data e local conhecidos.
"Pedro Proença - e a própria estrutura da LPFP - deveria estar muito mais preocupado em resolver os problemas e as questões que ali emergem do que andar em reuniões e a fazer outras coisas para as quais não foi eleito há cerca de um ano e meio pelos seus clubes. Devia estar preocupado com os direitos televisivos [quanto ao processo de centralização], que é uma mão cheia de nada. Hoje, não temos nada em concreto para os clubes e até para a Liga sobre uma das grandes propostas [da atual direção do organismo]", analisou.
O presidente da AFL defendeu ainda que o homólogo da LPFP "devia estar preocupado com o apoio financeiro aos clubes", bem como em "resolver problemas emergentes que metem em causa a competitividade, verdade desportiva e imagem do futebol português".
"Ele devia preocupar-se com esses problemas concretos. Não basta fazer galas nem eventos que apenas têm como objetivo a autopromoção do seu próprio líder", finalizou à Lusa.
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