E foi quando Portugal mais precisava que os golos não apareceram. Depois de uma exibição de grande qualidade diante da Polónia, em Varsóvia, os comandados de Roberto Martínez viajaram até à Escócia e viram falhada a missão de trazerem com eles o apuramento antecipado para os quartos-de-final da Liga das Nações, com um empate 'insípido' sem golos que deixou a descoberto várias fragilidades.
A vitória no Hampden Park seria 'saborosa' por vários motivos. Com a vantagem da Croácia, que à mesma hora jogava (e ganhava) à Polónia, Portugal poderia festejar a qualificação, e mesmo com o empate a surgir mais tarde (3-3), também esse resultado serviria os propósitos lusos. Parecia tudo fácil, mas na prática não correu de feição.
Roberto Martínez apostou em seis novidades no onze inicial e, apesar do objetivo do técnico espanhol ser o de acrescentar frescura com jogadores que tiveram mais tempo de descanso, isso não foi o que se verificou. Portugal parecia ter dificuldades em 'carburar' e, com falta de criatividade na chegada ao último terço, optou pelos cruzamentos como via de criar perigo (esse, verdade seja dita, foi pouco ou nenhum ao longo dos 90 minutos).
Bernardo Silva, Rafael Leão e Rúben Neves entraram aos minuto 60 e foram notórias as melhorias no plano de jogo da armada lusa. Aumentou-se a largura, aumentou-se a qualidade das jogadas e a equipa até parecia pronta para 'tirar da cartola' um golo que salvasse as 'honras do convento'. O tempo foi passando e passando, até que nos fomos convencendo de que isso, no entanto, não aconteceria.
Cristiano Ronaldo, um dos melhores em campo dada a inconformidade com o resultado, até podia ter marcado, mas a pontaria, que já viveu melhores dias, não ajudou. Tirando esse momento, já na reta final, Portugal quis pouco resolver o encontro e o 0-0, por muito que nos custe, não pode ser encarado como totalmente injusto.
Vamos, então, às notas do jogo:
Figura
Num jogo com tantos cruzamentos e muita troca de bola na zona mais recuada do terreno e, também, em cima do meio campo, Nuno Mendes teve um comportamento exemplar e destacou-se pela irreverência que sobressaiu perante a acalmia dos colegas.
Surpresa
Vitinha foi lançado de início, depois de ter ficado no banco frente à Polónia, e foi uma das poucas novidades no onze que justificou, de facto, a aposta. Saiu já só perto dos 90', quando Martínez quis acrescentar um novo elemento ao ataque.
Desilusão
Diogo Jota foi o elemento menos desequilibrador do ataque de Portugal e com a sua saída, no minuto 60', percebeu-se que, afinal, havia espaço para fazer um pouco melhor. Foi isso que nos mostrou Rafael Leão.
Árbitro
Apesar das muitas críticas à arbitragem, em particular nos últimos lances, pouco ou nada se poderá apontar ao belga Lawrence Visser. Decidiu bem em praticamente todos os lances e as reações dos jogadores portugueses (com particular destaque para Cristiano Ronaldo) só podem ser encaradas como despropositadas.
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