O Benfica somou, na noite desta quarta-feira, aquela que foi a segunda derrota seguida na Liga dos Campeões. Depois da derrota caseira contra o Feyenoord, os encarnados perderam na visita ao Bayern Munique, por 1-0, em jogo da quarta jornada da fase de liga.
Depois de mais de uma hora de jogo sem golos na Baviera, um golo de Musiala aos 68 minutos decidiu o encontro e confirmou que a Allianz Arena é mesmo território negro para as equipas portuguesas. É que, até ao dia, nenhum clube nacional passou naquela que é a fortaleza de Munique.
Filme do jogo:
Para esta tentativa de fazer história na Baviera, uma vez que o Benfica nunca tinha ganho qualquer jogo em casa do Bayern Munique, Bruno Lage surpreendeu tudo e todos com o onze inicial. Para além das muitas mexidas na equipa titular, o treinador setubalense alterou o sistema tático e fez alinhar um onze com três centrais: Tomás Araújo, Otamendi e António Silva. Amdouni também foi chamado à titularidade no lugar de Pavlidis.
A primeira parte na Allianz Arena foi um jogo de sentido único. Apesar do Benfica ter conseguido chegar ao intervalo empatado a zeros, foi a formação da casa que mais vezes procurou o golo na Alemanha, pese embora com muito poucas oportunidades. Ainda assim, a coesão defensiva do conjunto lisboeta foi assinalável e acabou por evitar mexidas no marcador.
A partida, refira-se, começou atrasada por conta de problemas provocados pelos adeptos encarnados no metro de Munique. Depois de um início de jogo em que o Benfica revelou enormes dificuldades para ter bola, os encarnados conseguiram suster a intensa pressão dos bávaros. E prova disso foi que o primeiro remate do encontro apareceu apenas pouco depois da meia hora de jogo por intermédio de Gnabry. Aos 38 minutos, e de ângulo apertado, Kane rematou forte para defesa apertada de Trubin. A defesa lisboeta não conseguiu afastar e Gnabry encheu o pé na área para grande intervenção do guardião ucraniano.
Para os segundos 45 minutos na Baviera, Bruno Lage fez duas mexidas, colocando Beste e Pavlidis nos lugares de Kaboré e Amdouni. E foi pouco depois do reinício que o Benfica chegou pela primeira vez com qualidade à área do Bayern Munique. Ainda assim, o cruzamento de Carreras foi desviado pela defesa bávara.
Do lado do Bayern, a insistência para quebrar o muro encarnado continuava. Aos 59 minutos, Laimer atirou muito por cima. E quando não existiam falhanços, havia Trubin. Sané, em duas ocasiões, obrigou o ucraniano a duas grandes defesas. Porém, o mesmo já não aconteceu em cima do minuto 68. Depois de um cruzamento de Sané, Kane ganhou no ar a Tomás Aráujo e assistiu Musiala que, também de cabeça, desfez o nulo na Baviera.
A resistência encarnada estava quebrada. Com um ou outro sobressalto até este momento, o Benfica foi conseguindo suster a pressão contrária. Os adeptos encarnados fizeram-se ouvir nas bancadas da Allianz Arena, tal como vinha acontecendo desde o apito inicial, para tentar dar um apoio extra aos jogadores para o que ainda faltava pela frente.
A abordagem defensiva que o Benfica vinha trazendo desde o início tinha de ser colocada para trás das costas se os lisboetas ainda quisessem somar algum ponto na Baviera. Mas a bem da verdade, pouco mudou desde o golo alemão. Trubin ia sendo o pronto-socorro contra mais golos do Bayern Munique. E quando assim é, uma equipa não consegue sair com pontos de um encontro.
Com esta vitória, o Bayern Munique alcançou o Benfica lote das equipas com seis pontos, com os germânicos a ascenderem ao 17.º lugar, enquanto o Benfica, que somou a segunda derrota seguida, baixou para o 19.º posto, ambos em zona de playoff.
Momento do jogo: A receita para a vitória do Bayern esteve na cabeça de Musiala. Um tiro certeiro do jovem alemão valeu a conquista dos três pontos.
Equipas iniciais
Bayern Munique: Manuel Neuer, Joshua Kimmich, Dayot Upamecano, Kim Min-jae, Alphonso Davies, João Palhinha, Konrad Laimer, Jamal Musiala, Michel Olise, Harry Kane e Serge Gnabry.
Suplentes: Peretz, Schmidtt, Goretzka, Sané, Coman, Dier, Ibrahimovic, Guerreiro, Muller e Tel.
Benfica: Trubin, Tomás Araújo, Otamendi, António Silva, Kaboré, Renato Sanches, Kokçu, Aursnes, Carreras, Akturkoglu e Amdouni
Suplentes: Samuel Soares, André Gomes, Arthur Cabral, Di María, Pavlidis, Schjelderup, Benjamín Rollheiser, Beste, Florentino, Leandro Santos e Bajrami.
Antevisão
É um Benfica com tarefa complicada aquele que se desloca esta quarta-feira até Munique. Os encarnados, que vêm de uma derrota caseira com o Feyenoord (3-1), defrontam o Bayern na Alemanha, numa altura em que a formação da Baviera parece estar a recuperar o domínio na Bundesliga, perdido na última época para o Bayer Leverkusen.
A precisar de pontuar para manter vivo o sonho de rumar aos oitavos de final, o Benfica não teve um passado recente muito animador na Allianz Arena. Em 2021, o Benfica saiu de Munique com uma pesada derrota (2-5), sendo que nunca na história o Bayern se deixou derrotar perante a formação encarnada.
Além do mais, o estádio do gigante da Baviera também não é pera doce para as equipas nacionais. É que, até ao momento, nenhum clube português venceu na visita ao Bayern. O melhor que as cores lusas conseguiram foi dois empates, por intermédio do Sporting em 2006 e FC Porto em 1991. Uma vitória do Benfica nesta partida entrará, por isso, para a história do futebol português.
A partida entre Bayern Munique e Benfica tem apito inicial agendado para as 20h15 desta quarta-feira, contará com arbitragem do italiano Davide Massa e poderá acompanhá-la, em direto, através da página do Desporto ao Minuto.
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