Nile Ranger é um jogador que, provavelmente, não dirá muito aos adeptos do futebol inglês, mas esteve à beira de ser uma grande estrela na Premier League. Agora com 33 anos, o jogador vestiu a camisola do Newcastle no início da carreira, mas em 2017 foi condenado por fraude bancária e acabou atrás das grades em Pentonville.
Em entrevista concedida ao jornal The Sun, Nile Ranger, que atua no Kettering Town, na sexta divisão inglesa, recordou os tempos que passou na prisão.
"A prisão era má, cheia de malfeitores, e não era sítio para se estar se não se tivesse a cabeça bem assente. Eu tinha a minha comparada com aquela gente. Eu era apenas tolo, indisciplinado e não tinha disciplina. Havia um tipo que me disse que tinha posto alguém numa bagageira e cortado os seus dedos", começou por contar o jogador.
"Ouvi pessoas a planear homicídios e assaltos à mão armada quando saíssem. Havia prisioneiros que eram esfaqueados nos chuveiros e drones que transportavam drogas e telemóveis. Era um inferno. Havia baratas a entrar pelas frinchas das paredes e da porta das celas. Tínhamos de as tapar com toalhas e, se matássemos uma barata, apareciam outras dos ovos que tinham posto. Também havia ratos a correr por todo o lado. Era nojento. A comida era horrível. De certeza que o frango não estava bem cozinhado. Estava fechado 23 horas por dia. Usava a hora fora da minha cela para fazer exercício e tomar duche. Alguns dos guardas eram arrogantes e tentavam fazer-me sentir pequeno. Tinham ciúmes por eu ser futebolista. Mas eu não estava à altura", prosseguiu o futebolista.
Nile Ranger foi condenado a 8 meses mas acabou por estar em Pentonville apenas 10 semanas, saindo antecipadamente por bom comportamento. Na mesma entrevista, contou como fez para sobreviver a estes dois meses e meio na cadeia.
"Concentrei-me em sair e pensei: 'Só vou estar aqui dois ou três meses e voltar a jogar futebol'. Eu estava no Southend e eles continuavam a pagar-me o ordenado enquanto estava na prisão, por isso estava sempre a pensar nisso quando os guardas me menosprezavam. Senti que a sentença era injusta. Houve pessoas que fizeram coisas muito piores e só apanharam penas suspensas. Acho que o juiz já tinha decidido, enquanto jantava com a mulher na noite anterior, que me ia prender", atirou.
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