O Sporting confirmou, na noite de quinta-feira, a teoria de que está em crise e que João Pereira parece longe de dar seguimento ao legado deixado por Ruben Amorim. O conjunto leonino voltou a tombar no campeonato, perdendo a vantagem de seis pontos construída ao cabo das primeiras 11 jornadas, saindo derrotado da visita ao Moreirense (1-2), ao mesmo tempo que deixou abertas as portas da liderança para os rivais.
Após as derrotas com Arsenal e Santa Clara, a falta de confiança voltou a ser figura notada na equipa do Sporting que se apresentou em Moreira de Cónegos e o desfecho acabaria por ser, irremediavelmente, o mesmo dos dois jogos anteriores.
Viktor Gyokeres, aos 11 minutos, até adiantou os leões no marcador, mas a vantagem durou apenas sete minutos. Dinis Pinto (18') teve cabeça para devolver o empate, antes de Schettine (35') aproveitar um erro de Geny Catamo para consumar a reviravolta do marcador ainda na primeira parte.
Os leões tentaram correr atrás do prejuízo na segunda parte, e até se podem queixar dos ferros, mas o fantasma de Ruben Amorim parece atormentar cada um dos jogadores que entra em campo.
Vamos aos destaques.
A figura
Rúben Ismael foi o verdadeiro motor deste Moreirense, mostrando que a eficácia está sempre presente no seu jogo. Foi incansável na hora de defender e ainda ajudou na hora de organizar o ataque. Uma exibição quase imaculada.
A surpresa
Schettine não teve muitas oportunidades para fazer 'estragos', mas no lance do golo mostrou sentido de baliza e aproveitou um erro grave de Geny Catamo. Os avançados vivem de golos e o tento decisivo contra o campeão em título promete alimentar o jogador brasileiro.
A desilusão
Com Franco Israel afastado por doença, o bósnio Kovacevic continua sem convencer os adeptos, sofrendo mais dois golos e personificando a insegurança que reina junto da baliza verde e branca. Não se pode dizer que seja o principal culpado nos dois golos sofridos, mas fica a sensação que a margem de progressão será quase nula. Feitas as contas, contabiliza 11 golos sofridos em apenas 10 jogos pelos leões.
Os treinadores
César Peixoto
O Moreirense voltou a travar um 'grande' e desta vez a vítima foi o Sporting. Após o empate com o Benfica, no campeonato, que motivou o despedimento de Roger Schmidt, e de eliminar o FC Porto, na Taça de Portugal, o conjunto comandado por César Peixoto mostrou argumentos em casa e confirmou ser uma das boas equipas deste campeonato. O plantel até é curto, mas não falta qualidade.
O Moreirense somou a 4.ª vitória consecutiva em casa: juntando os jogos da última época passada, o Moreirense não perde no seu estádio há 9 jogos - a última derrota foi em abril, frente ao Gil Vicente pic.twitter.com/3beloXf33D
— Playmaker (@playmaker_PT) December 5, 2024
João Pereira
Depois de tanto ter insistido em Edwards, João Pereira decidiu sentar o brasileiro e tentar fazer de Daniel Bragança um novo Pote, algo que só veio complicar a dinâmica habitual dos leões. Além disso, abdicar de Quenda para colocar Matheus Reis como lateral também ficou longe de ser uma aposta certeira. Os erros de gestão vão-se acumulando e estão à vista de todos.
O árbitro
A noite de António Nobre começou de forma agitada, com uma grande penalidade logo aos nove minutos - bem assinalada, diga-se -, mas o jogo acabou por não ter grandes incidências de maior discussão. Decidiu quase sempre bem, mas por vezes pareceu querer poupar nos cartões amarelos.
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