"A viagem ainda não acabou. O meu legado? Isso é lá para a frente, quando terminar e sair. Claro que irá acontecer, mas não gosto de falar disso. Se não conhecermos bem o nosso passado, como as coisas começaram, não percebemos bem onde estamos hoje", declarou, mencionando o seu antecessor e também fonte de inspiração, Orlando Duarte, numa sessão realizada na Arena Portugal, recentemente inaugurada na Cidade do Futebol, em Oeiras.
O evento serviu de apresentação da biografia "Jorge Braz -- Da aldeia para o mundo", da autoria de Miguel Henriques, que conta a história de vida e profissional do selecionador nacional de futsal, com prefácio assinado pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, e pelo secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, ambos presentes no evento, e com este último, também amigo de longa data do treinador, a apelidá-lo de "um líder a sério".
Apesar de ser o protagonista da obra, o técnico recusa ficar com os 'louros'.
"Nós, consequentemente, também temos direito a uma medalha, mas eles [os jogadores] é que têm de ter currículos, títulos e taças. Nós estamos cá para os servir e, por isso, o foco em mim... eu, capa de livro, é algo que também fica para o futuro para recordar, quando for mais velhinho", confessou, junto de colegas de profissão, amigos e familiares.
Afinal, a competição aproxima-se, e, salienta, Portugal tem dois jogos para ganhar na fase de qualificação para o Euro 2026.
"Iniciamos a qualificação em Andorra, depois o jogo cá com a Holanda, que foi uma equipa que cresceu muitíssimo neste último Campeonato do Mundo, eliminada pela Ucrânia. O primeiro jogo é sempre o primeiro jogo e temos de prepará-lo bem, o segundo vai ser duríssimo e de [nível de] Campeonato do Mundo", apontou.
Na assistência encontravam-se também vários dos jogadores que, com Jorge Braz, conquistaram todos os títulos internacionais da seleção portuguesa de futsal, sendo que dois deles falaram sobre o técnico.
O guarda-redes André Sousa definiu Jorge Braz como "um pai" para os jogadores e André Coelho caracterizou o seu treinador como "um líder e, sobretudo, um amigo". Também outras figuras do desporto, nomeadamente do futebol, como os internacionais portugueses Diana Silva e Hélder Postiga, elogiaram a sua conduta e percurso.
"É fantástico acompanhar a sua história e do que ele fez até agora pelo desporto no geral", assinala a atleta da seleção feminina de futebol, ao passo que o antigo avançado internacional luso considerou Braz "alguém que empresta uma paixão tremenda ao futsal".