Ruben Amorim saiu, João Pereira entrou. Uma vitória na estreia deu lugar a quatro derrotas seguidas. E o pesadelo parece não ter fim. O Sporting voltou a 'derrapar', esta terça-feira, ao sofrer uma nova reviravolta, desta vez frente ao Club Brugge (2-1), na sexta jornada da Liga dos Campeões, aumentando a (inevitável) contestação.
Após novas mexidas no onze (com destaque para a estreia de João Pereira), o leque de contrariedades teve início ainda antes do apito inicial, uma vez que João Pereira foi 'forçado' a colocar Matheus Reis no lugar do lesionado Gonçalo Inácio. Ainda assim, isso não 'tremeu' o leão na hora de entrar 'à campeão', com o golo madrugador de Geny Catamo (3'), na recarga a uma bola ao poste atirada por Maxi Araújo.
"Azar para uns, sorte para outros" acaba por ser a melhor expressão para aquele que foi o empate do Club Brugge, face ao desvio infeliz de Eduardo Quaresma para a baliza de Franco Israel, após o remate de Christos Tzolis, aos 24 minutos. A resposta até poderia ter sido imediata, porém, a reversão de uma grande penalidade (transformada em livre direto de forma polémica) deixou os leões mais afastados do golo.
E para dar seguimento às contrariedade (ou 'assombrações'), para além das queixas físicas de Geovany Quenda e de Franco Israel, eis que Eduardo Quaresma seria violentamente atingido por Tzolis, ao ponto de ficar a sangrar à beira do intervalo, a 'forçar' nova alteração de planos para João Pereira, com a entrada de Jeremiah St. Juste.
Sem ocasiões por aí além no segundo tempo, o jogo ficou mesmo resolvido com uma 'cambalhota' belga, assinada pelo recém-entrado Casper Nielsen (84') a repetir o pesadelo que havia sido vivido pelos leões frente ao Moreirense (igualmente numa derrota por 2-1) e a subir o recorde negativo de desaires consecutivos que já não se via... há 12 anos.
Após o apito final, a contestação subiu de tom, com tochas atiradas em direção aos jogadores, por parte das centenas de adeptos leoninos presentes em Bruges, numa altura em que o Sporting se encontra na 12.ª posição, com 10 pontos, podendo cair uns quantos lugares até ao fim da presente ronda da prova milionária. Afinal, onde é que vai parar este pesadelo? João Pereira apontou o foco para o jogo frente ao Boavista e esse poderá ser mesmo o teste decisivo para a sua continuidade em Alvalade.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Hans Vanaken não precisou de marcar para se assumir como a figura central do encontro. Já depois de ter originado várias jogadas de perigo, o experiente médio belga foi o dono do passe 'açucarado' que permitiu ao recém-entrado Casper Nielsen assinar a 'cambalhota' no marcador (84'), para além de se ter destacado nos duelos ganhos e na irreverência quando tinha a bola nos pés.
Surpresa
João Simões foi 'atirado aos leões', ao ponto de ter rubricado a sua estreia como titular no Sporting precisamente num duelo da Liga dos Campeões, mas não se pode dizer que tenha comprometido. O médio de 17 anos cumpriu os 90 minutos, brilhou com várias recuperações de bola e os dados mostram que apenas falhou dois de 53 passes, sendo apenas de lamentar, por isso, o resultado final.
Desilusão
Matheus Reis entrou para o lugar de Gonçalo Inácio, que saiu do onze devido a lesão no aquecimento, e essas 'voltas trocadas' fizeram-se sentir na forma mais fria com que foi para dentro das quatro linhas. Algo lento nas abordagens, o defesa leonino perdeu a bola por diversas ocasiões e expôs as várias debilidades sentidas pela sua equipa ao longo dos últimos tempos.
Treinadores
Nicky Hayen procedeu a alguns ajustes na sua equipa e soube sempre como mantê-la ligada ao jogo, apesar da má entrada na partida. Cirúrgico na hora de mexer na equipa, o técnico belga acabou por acertar na 'cartada' da reviravolta, ao apostar em Nielsen, que precisou apenas de três minutos em campo para fazer o golo que o substituído Christos Tzolis tanto procurou.
João Pereira mexeu e remexeu (por 'culpa' da lesão de Gonçalo Inácio) no onze, acabando por surpreender ao apostar na titularidade de João Simões, mas voltou a sofrer contrariedades durante a partida. 'Forçado' a voltar a mexer na defesa, face às queixas de Eduardo Quaresma, o técnico de 40 anos ainda lançou Esgaio e Harder, mas voltou a faltar algo àquele que era um processo ofensivo imperador de Ruben Amorim.
Árbitro
Anthony Taylor não teve uma noite nada fácil e fica a ideia de que falhou em dois lances-capitais no encontro, em prejuízo do Sporting. O experiente árbitro inglês reverteu um penálti a favor dos leões após uma longa espera pelo VAR, mas fica a ideia que a falta acontece dentro da grande área, sendo que, pouco depois, o momento em que Tzolis deixa Eduardo Quaresma a sangrar era passível de... cartão vermelho.
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