O Benfica intrometeu-se entre Sporting e FC Porto no pódio da I Liga, esta quinta-feira, ao bater o Nacional (0-2), no regresso à Choupana, dois meses e meio após o dia em que o célebre nevoeiro 'forçou' a interrupção e o adiamento da partida da oitava jornada. Desta vez, o nevoeiro sumiu e Ángel Di Maria... sorriu.
Retomado ao oitavo minuto, o encontro ficou marcado por uma águia de 'duas caras' no que à finalização diz respeito, sendo que, no primeiro tempo, todas as tentativas 'esbarraram' numa 'muralha' com o nome de Lucas França. Por essa altura, a 'queda' da neblina chegou a dar ameaças... mas só até ao intervalo.
Foi preciso esperar, por isso, pela segunda parte (leia-se 'fuga' do nevoeiro), para que a ineficácia desse lugar à eficácia. Aí foi Ángel Di María a dar 'show', uma vez mais, guiando a equipa de Bruno Lage ao regresso às vitórias.
O astro argentino abriu o ativo na conversão de uma grande penalidade (58') e, já dentro dos últimos minutos, aproveitou a entrada do recém-entrado Amdouni para sentenciar as dúvidas (74'), com mais um bis de águia ao peito.
Já com o tão desejado (e adiado) acerto de calendário, o Benfica alcança o segundo lugar do campeonato e soma agora 35 pontos, a um do campeão Sporting e com mais um por comparação ao FC Porto, enquanto o Nacional segue acima da linha de água, com 12 pontos.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Ángel Di María voltou a 'fazer das suas' e tornou-se o grande protagonista do regresso do Benfica aos triunfos. Após três jogos consecutivos sem 'faturar', o avançado argentino não fez propriamente uma primeira parte de luxo, mas foi suficientemente letal no segundo tempo, com dois golos (decisivos) em dois remates. Mais uma exibição de glória para o extremo de 36 anos.
Surpresa
Lucas França evitou males maiores para a sua equipa, sobretudo com as três defesas que fez na primeira parte, 'empurrando' o jogo para o intervalo com um nulo no marcador. O facto de não ter evitado os dois golos de Di María - o primeiro num penálti e o segundo com um ressalto pelo meio - não apaga a exibição que 'encheu' as medidas da baliza madeirense... até certo ponto.
Desilusão
Ulisses Wilson não protagonizou uma exibição desastrosa, mas acabou por estar envolvido no lance que desbloqueou o nulo no marcador. O defesa brasileiro cometeu uma grande penalidade ao tocar na bola com o braço e, a partir daí, ficou algo desorientado em campo, algo que ficou percetível pela passividade demonstrada no lance do segundo golo das águias.
Treinadores
Tiago Margarido viu-se 'forçado' a fazer uma alteração em relação ao onze apresentado há dois meses e meio, com a entrada de Dudu para a vaga deixada por Nigel Thomas, tendo sentido dificuldades em colocar a sua equipa a criar perigo. Prova disso é que Trubin apenas teve de fazer uma defesa no segundo tempo, mesmo depois das várias substituições.
Bruno Lage repetiu a 'fórmula' com que tinha entrado na Choupana pela última vez e tardou em ver a sua equipa traduzir o perigo em golos. Estratégico na hora de mexer na equipa, o técnico das águias acertou em cheio quando apostou em Amdouni, que apenas precisou de dois minutos em campo para ter impacto, seguindo-se mais mexidas já com o jogo resolvido.
Árbitro
Gustavo Correia teve um final de tarde sem grande alarido. Seguro no momento de apitar as faltas e de puxar dos cartões do bolso, o árbitro da AF Porto, de 32 anos, não hesitou em assinalar - de forma acertada - uma grande penalidade a favor do Benfica.
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