"A direção está consciente da frustração que todos sentimos, sejam eles sócios ou adeptos de futebol, mas deve ser totalmente claro que a velocidade na procura de soluções para a Boavista SAD se encontra limitada pela responsabilidade de não agravar a situação do clube: a pressa é inimiga da perfeição", reconheceu o emblema recém-presidido por Rui Garrido Pereira, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
Na segunda-feira, último dia do período de inscrições de inverno no escalão principal, a administração do futebol profissional 'axadrezado' desejou que fossem ultrapassados "nas próximas horas" os entraves que impedem a resolução das restrições impostas pela FIFA.
"Nesta relação com a Boavista SAD, têm sido identificados diversos interesses comuns, entre os quais obrigações conjuntas e responsabilidades individuais. O trabalho tem sido cordial e construtivo, ainda que com sobressaltos normais dada a juventude da relação", frisou o emblema portuense, cujos novos órgãos sociais tomaram posse em 24 de janeiro.
Liderada desde maio de 2024 pelo antigo futebolista senegalês Fary Faye, a SAD afirmou ter garantido as condições necessárias para "tornar possível o reforço da equipa de futebol profissional o mais rapidamente possível", mas o clube não conseguiu regularizar a sua situação junto da Segurança Social, apesar da "cooperação institucional" entre as partes.
"A direção está a trabalhar há poucos dias, mas orientada desde o primeiro momento para recuperar a credibilidade do Boavista perante as instituições, as autoridades e a sociedade. Estamos conscientes e sempre o assumimos que será necessário desenvolver um modelo de gestão profissional para o clube, no qual incluímos a nossa participada Boavista SAD que, obviamente, também precisa do nosso apoio e colaboração em múltiplos domínios", notou.
A direção de Rui Garrido Pereira convocou os dois administradores da SAD nomeados pelo clube, Joaquim Agostinho e a ex-futebolista internacional portuguesa e atual treinadora Alfredina Silva, para "rever as prioridades estratégicas" das duas instituições.
"Neste curto período, a direção já tomou medidas concretas, nomeadamente a regularização da emissão das faturas relacionadas com o protocolo [celebrado com a SAD], despesas com bens e serviços e mais-valias na venda de jogadores profissionais", afiançou.
Focado em "construir um Boavista para o futuro", o clube revelou ainda ter começado a trabalhar em "diversos processos que estão parados há meses, alguns deles há anos".
"Um desses processos resulta na previsão da renovação da certificação do futebol com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), apesar das enormes dificuldades sentidas na modalidade. Outros processos serão mais pesados, mais difíceis e extensos, mas, com a colaboração de todos, parecem-nos desafios que seremos capazes de vencer", finalizou.
O plano alternativo da SAD prevê o reforço da equipa com atletas sem contrato já depois do fecho do mercado, opção que "depende apenas da resolução dos impedimentos", mas "tem enfrentado entraves que o administrador judicial responsável pelo Plano Especial de Revitalização (PER) em curso ainda não conseguiu desbloquear".
De acordo com a última atualização da lista de clubes sujeitos a proibições de registo por parte da FIFA, o Boavista enfrenta 16 processos ativos, dos quais sete vigoram por três períodos de inscrição e nove têm duração ilimitada, estando datados de abril de 2023 a janeiro de 2025.
O conjunto treinado pelo italiano Cristiano Bacci ocupa 18.ª e última posição da I Liga ao fim de 20 jornadas, com 12 pontos, seis abaixo da zona de permanência direta e a cinco da vaga de acesso ao play-off.
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