Realizada na Liga Arena Portugal, no Porto, a última reunião magna do ex-árbitro à frente da LPFP, antes de tomar posse como presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na segunda-feira, serviu para os clubes se manifestarem quanto à melhor data para o sufrágio intercalar, que será agora deliberada.
"Ouvida a sensibilidade dos clubes em relação à melhor data para a marcação de eleições, o presidente da Mesa da AG, José Gomes Mendes, informou que irá anunciar a decisão quanto ao calendário eleitoral nos próximos dias", pode ler-se no comunicado enviado pela Liga de clubes no término da AG extraordinária, que substituiu a habitual conferência de imprensa.
As eleições irão determinar o líder do organismo para o mandato que o antigo árbitro agora interrompe, válido até junho de 2027.
Sem surpresas, a diretora executiva coordenadora Helena Pires, proposta para assumir a liderança interina, foi hoje ratificada, por unanimidade, para assumir os destinos da Liga de clubes na fase transitória, depois de, na quinta-feira, ter sido a hipótese validada pela direção.
Contudo, em declarações aos jornalistas, à margem, Pedro Proença garantiu que será apenas uma solução de curto prazo e que a dirigente irá acompanhá-lo para a FPF, com o cargo de secretária-geral.
"A doutora Helena Pires será a futura secretária-geral da FPF, foi anunciado há pouco aos clubes. Estará aqui durante este período de vacatura, de forma a garantir a responsabilidade que já tinha sido assegurada aos clubes. Assim que forem marcadas as eleições, irá transitar para a FPF", explicou.
Pedro Proença, que terminou hoje o seu ciclo de três mandatos e quase uma década à frente da Liga de clubes, viu também ser ratificada por aclamação uma proposta que lhe atribui o estatuto de Associado Honorário, como "forma de reconhecimento e agradecimento pelo efeito transformador da sua liderança".
"Parto orgulhoso pela recuperação da credibilidade de uma instituição que é hoje um exemplo liderante, no contexto externo, e farol para os principais parceiros do futebol internacional. Por um percurso que alavancou as competições profissionais, hoje procuradas por parceiros cada vez mais robustos. Mas, acima de tudo, parto orgulhoso pela forma como os clubes se souberam unir em torno de um ideal. Esse é o último legado dos últimos 10 anos", analisou.
Sempre com a unificação do futebol português como tónica do seu discurso, deixou implícito o surgimento de uma candidatura à liderança da LPFP alinhada com o organismo que irá dirigir.
"O compromisso que hoje nós, a futura FPF e os clubes no futebol profissional, assumimos é de que estaremos todos juntos. E, de uma vez por todas, o futebol português terá uma só voz, uma só liderança e essa será assumida pela FPF", sublinhou.
Na AG extraordinária, que contou com representação de todos os clubes, foram ainda aprovadas, por unanimidade, as contas do primeiro semestre da época 2024/25, com saldo positivo de 580 mil euros, no que foi o 10.º ano consecutivo de resultados positivos.
Assim como a 14.ª Cimeira de Presidentes, que também se realizou hoje, a reunião estava inicialmente agendada para a passada segunda-feira, mas foi adiada por coincidir com as cerimónias fúnebres do antigo presidente do FC Porto e da Liga de Clubes Jorge Nuno Pinto da Costa.
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