De saída para a presidência da FPF, com tomada de posse marcada para segunda-feira, o ex-árbitro presenciou a 14.ª Cimeira de Presidentes, iniciada instantes depois da Assembleia Geral extraordinária em que cessou formalmente funções.
As reestruturações das duas entidades que tutelam o futebol português, com a transição de Proença, foram encaradas como uma oportunidade de propiciar uma "maior união" entre ambas, numa reunião com ausência notada de Rui Costa, em que o Benfica se fez representar pelos dirigentes Sílvio Cervan e Lourenço Coelho.
"Temos de completar a centralização dos direitos audiovisuais, a alteração dos quadros competitivos, a redução dos custos de contexto. Há uma panóplia de desafios que temos pela frente e o compromisso que hoje assumimos, a futura FPF e os clubes do futebol profissional, é que estaremos todos juntos e, de uma vez por todas, o futebol português terá uma só voz de liderança e essa será assumida pela FPF", analisou, à margem, num balanço do que ficou por fazer, após quase uma década à frente da Liga de clubes.
Ainda assim, Proença, o único a ter sido eleito três vezes consecutivas para o cargo, deixou para os clubes a responsabilidade de estabelecerem o perfil do sucessor.
"Os clubes e os seus presidentes saberão encontrar uma solução que mantenha a LPFP neste rumo de crescimento, com responsabilidade, com união. O futuro não pode desvirtuar os resultados que, juntos, conquistámos, nesta última década. O que construímos não pode ser desperdiçado. Saio desta última Cimeira de Presidentes convicto de que assim será", vaticinou.
Segundo o comunicado da Liga de clubes, a escolha da diretora executiva coordenadora Helena Pires para assumir interinamente a liderança do organismo, numa solução de curto prazo até esta transitar para o papel de secretária-geral da FPF, teve a "concordância" dos presidentes presentes.
"Será Helena Pires a presidente da LPFP, com o simbolismo de ser a primeira mulher a assumir a responsabilidade do futebol profissional. Tem um robusto currículo no futebol profissional, que conhece há mais de duas décadas e - atrevo-me a dizê-lo - se confunde com a marca LPFP", elogiou Pedro Proença.
Tendo apresentado resultados líquidos positivos pelo 10.º ano consecutivo na Liga de clubes, com saldo de 580 mil euros no primeiro semestre da temporada, Proença atribuiu crédito aos emblemas do futebol profissional.
"Não é o meu trabalho, é dos clubes. É o resultado de uma visão. Em 2015, a LPFP estava, verdadeiramente, em insolvência técnica e tivemos de reformular a forma de ver o futebol profissional. Hoje, vive, na sua realidade económico-financeira, um momento de felicidade e o que deixamos é um legado de responsabilidade", comentou.
Assim como a Assembleia Geral extraordinária, que se realizou imediatamente antes, a cimeira estava inicialmente agendada para a passada segunda-feira, mas foi adiada por coincidir com as cerimónias fúnebres do antigo presidente do FC Porto e da Liga de Clubes Jorge Nuno Pinto da Costa.
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