A noite era de homenagem a Pinto da Costa, uma semana depois do último adeus ao presidente dos presidentes - como intitula o FC Porto - mas o Estádio do Dragão testemunhou, na segunda-feira, mais um tropeção do conjunto liderado por Martín Anselmi, desta vez frente ao Vitória SC (1-1).
Em jogo de encerramento 23.ª jornada da I Liga, os dragões entravam em campo a saber que uma vitória permitira uma nova aproximação à liderança, agora partilhada por Sporting e Benfica, algo que acabariam por desperdiçar.
Fábio Vieira até adiantou o FC Porto no marcador aos 67 minutos, com um belo remate cruzado vindo daquele pé esquerdo mágico, mas Umaro Embaló (86') surgiu, minutos depois, em velocidade para rasgar a defesa adversária e impor o empate como o resultado final que o Vitória levaria para Guimarães.
O jejum de vitórias no Dragão continua assim vivo e já leva cinco jogos: quatro empates e uma derrota. Vamos aos protagonistas de uma noite chuvosa e pouco inspirada por parte dos homens da casa.
A figura
Fábio Vieira marcou um daqueles golos que valem o bilhete de qualquer jogo, especialmente daqueles debaixo de muita chuva e com poucos motivos de interesse. Aquele pé esquerdo do jogador emprestado pelo Arsenal é mesmo mágico e aos 67 minutos fez levantar o Estádio do Dragão. Fábio Vieira tem sempre de estar perto da baliza caso o FC Porto queira ser mais eficaz.
A surpresa
Tiago Silva tem anos de experiência e mostra-se cada vez mais fundamental nesta equipa do Vitória SC. Tem qualidade de passe, intensidade e inteligência para ler os momentos do jogo e sabe exatamente aquilo que tem de fazer na hora de defender ou atacar. Exibição muito competente do camisola 10 do Vitória.
A desilusão
Tiago Djaló foi o jogador escolhido por Anselmi para refrescar a defesa na segunda parte e ocupar o lugar que Tomás Pérez estava a desempenhar com especial distinção. No entanto, a noite correu tudo menos bem para o português que viu Embaló disparar e só descansar quando meteu a bola na baliza.
Os treinadores
Martín Anselmi
O treinador argentino decidiu arriscar com Tomás Pérez como terceiro central, funcionando como elemento de ligação entre a defesa e o ataque. A estratégia até foi dando frutos, mas Anselmi acabaria por 'estragar tudo' ao colocar Djaló no lugar do jovem argentino, como também ao abdicar, em simultâneo, de Rodrigo Mora e Fábio Vieira. A equipa perdeu, a partir daí, critério e criatividade.
Luís Freire
O treinador do Vitória até recebeu ordem de expulsão ainda na primeira parte, após o golo anulado a Nélson Oliveira, mas viu a equipa protagonizar uma exibição de alta eficácia no Dragão. A nível defensivo não permitiu grandes aventuras aos avançados - Borekovic e Filipe Relvas estiveram quase perfeitos - ao mesmo tempo que o ataque foi conseguindo meter Diogo Costa em sentido e causar, de facto, 'estragos' à beira do fim. Era difícil pedir mais ao Vitória na noite de ontem.
O árbitro
A noite de António Nobre até foi bastante tranquila, pese embora tenha decidido anular, por indicação do VAR, o golo a Nélson Oliveira. O lance deixa dúvidas, mas de resto pouco se pode dizer. Foi sabendo gerir a questão disciplinar.
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