Arrigo Sacchi, antigo treinador do AC Milan e da seleção de Itália, fez uso, esta segunda-feira, do habitual artigo de opinião no jornal Gazzetta Dello Sport, para deixar críticas não só a Sérgio Conceição, como ao atual momento dos rossoneri. Tudo isto horas depois de uma nova derrota para a Serie A, a terceira consecutiva, desta feita diante da Lazio.
"Mais um deslize do Milan, e agora a perseguição à zona da Champions torna-se quase impossível. Um final inacreditável, porque a Lazio venceu com um penálti nos últimos minutos, mas a substância continua a ser a mesma: os rossoneri não são uma equipa, é inútil dar a volta a isso. A Lazio, que muitas vezes me impressionou bem esta época, não esteve ao seu nível habitual, mas este sucesso significa que está provisoriamente em quarto lugar na tabela, à espera de ver o que a Juventus vai fazer contra o Verona", começou por escrever Sacchi.
"O público rossoneri vaiou muito, mostrando toda a sua insatisfação com uma época que até agora tem sido insuficiente. O que me surpreendeu, ao ver o Milan, foi o facto de ter havido demasiada confusão, um frenesim exagerado que levou a um desenvolvimento decididamente pouco limpo da manobra. Por vezes, os rossoneri aceleravam, por vezes abrandavam, mas sem que tudo isto fizesse parte de um plano tático preciso", prosseguiu.
Sacchi recordou que os problemas do AC Milan começaram com Paulo Fonseca e que Sérgio Conceição ainda não conseguiu dar o seu estilo à equipa.
"Rafael Leão fez duas coisas boas, por isso merece crédito, mas será que duas coisas num jogo podem ser suficientes? Do meu ponto de vista futebolístico, são poucas. E, em todo o caso, sobretudo a nível defensivo, não notei a ordem que é necessária para poder fazer face aos avanços do adversário. Ora, tendo em conta o estado atual do Milan, parece difícil que este volte a entrar na corrida por um lugar na Liga dos Campeões. O problema é que, ao jogar assim, o clube perde atração, desagrada à opinião pública, cria polémica que não é boa para construir o futuro. Continuo convencido de que tudo depende das decisões tomadas no verão, durante o mercado. Decisões que sempre julguei erradas, porque se contratou um treinador (Paulo Fonseca) que não tinha a confiança total da direção e porque se compraram jogadores que não eram funcionais para o seu plano de jogo. Nestas condições, é difícil fazer um bom trabalho. E Conceição herdou uma equipa que não tinha construído e à qual, até agora, não conseguiu dar o seu próprio estilo", finalizou.
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