Com enorme sofrimento à mistura, Portugal conseguiu, este domingo, derrubar a resistência da Dinamarca, ao vencer por 5-2, no segundo jogo dos quartos de final da Liga das Nações, revertendo, assim, a desvantagem (0-1) trazida de Copenhaga, há três dias.
A seleção nacional nem sempre teve a tranquilidade necessária para conseguir dar a volta ao texto no no Estádio José de Alvalade. O encontro até começou com um mau presságio, após penálti desperdiçado de Cristiano Ronaldo. Ainda assim, os lusos foram em vantagem para o intervalo.
O segundo tempo trouxe muito sofrimento para os comandados de Roberto Martínez. Apesar da redenção de Cristiano Ronaldo, os dinamarqueses aproveitaram as fragilidades defensivas dos locais.
No assalto final, Roberto Martínez apostou em Trincão e Gonçalo Ramos e a dupla resolveu o jogo no prolongamento. O primeiro anotou um bis, enquanto o segundo selou as contas da partida em cima do apito final.
Vamos as notas da partida.
Figura
Francisco Trincão marcou os primeiros golos por Portugal. O extremo do Sporting, de 25 anos, entrou aos 81' no encontro e precisou de apenas cinco minutos para deixar a sua marca num jogo que se estava a revelar um autêntico quebra-cabeças. Martínez até demorou a lançar o jogador que tinha pouco tempo de utilização até então, mas a cartada foi, ainda assim, certeira, valendo a vitória.
Surpresa
Patrick Dorgu continua a mostrar a razão pela qual foi contratado pelo Manchester United em janeiro. Começou a partida de forma algo errática, tendo cometido falta sobre Cristiano Ronaldo dentro da área, mas deu a volta por cima. Dotado de enorme capacidade fisica, o ala, de 20 anos, não deu espaço de manobra a Francisco Conceição e esteve ainda envolvido no 2-2, com uma assistência para Eriksen.
Desilusão
O erro de Ruben Dias no lance de 2-2 é de palmatória, mas o defesa-central do Manchester City não abalou no resto do jogo. Por sua vez, Rafael Leão tarda em demonstrar o seu potencial ao serviço de Portugal. Pouco agressivo e previsível no 1x1, o extremo do AC Milan, de 25 anos, foi uma presa fácil para o ala Rasmus Kristensen. Foi, sem surpresa, o primeiro a sair, aos 62’.
Os selecionadores
Roberto Martínez
O selecionador nacional apostou em Bernardo Silva e Francisco Conceição e a dupla trouxe maior agressividade na reação à perda da bola, sendo que a entrada de Gonçalo Inácio para o eixo defensivo foi vital para uma maior capacidade de construção desde trás. No entanto, o técnico espanhol voltou a mexer na equipa, quando foi obrigado pelas circunstâncias, acabando por ser feliz. A 'sorte' voltou a estar ao lado de Martínez
Brian Riemer
O resultado acaba por ser enganador e bastante penalizador para a Dinamarca, que apresentou uma enorme competitividade ao longo dos dois jogos. No prolongamento, a equipa acabou por pagar o desgaste físico e a necessidade de procurar um golo de forma a empatar a eliminatória. Este é um conjunto jovem, com margem de progressão.
Árbitro
O esloveno Slavko Vinčić realizou uma arbitragem tranquila. Assinalou bem a grande penalidade a favor de Portugal e esteve sempre perto dos lances. Podia ter admoestado o guardião Kasper Schmeichel com um cartão amarelo por demorar em colocar a bola em campo, mas passou ao lado do jogo, que é o que se pretende de um árbitro.
Leia Também: Trincão salva Martínez e coloca Portugal na final four da Liga das Nações