José Mourinho concedeu uma extensa entrevista à edição deste sábado do jornal britânico The Telegraph, na qual não poupou nas críticas tecidas ao futebol atual, particularmente, em comparação com aquele que encontrou, em 2004, quando abandonou o FC Porto para rumar ao Chelsea.
O agora treinador do Fenerbahçe lamentou a maneira como o desporto-rei ‘amoleceu’, ao longo das últimas épocas, e deu como exemplo a ‘sofrida’ vitória alcançada pelos blues sobre o Blackburn Rovers, em fevereiro do ano seguinte: “Foi o jogo em que Arjen Robben partiu o pé. Se fosse hoje, com os novos bebés futebolísticos que temos…”.
“Quando falo de bebés futebolísticos, falo de jogadores árbitros e VAR. Temos muitos bebés, neste momento, no futebol. Esse jogo teria acabado 11 contra sete. Os sete, é claro, teriam perdido o jogo, mas os 11 iriam para casa a chorar ‘Oh, tenho uma nódoa negra aqui, tenho o tornozelo inchado, tenho de levar dois pontos…’”, afirmou.
“Esse foi um jogo em que demonstrámos a toda a gente que éramos homens. Foi um jogo à noite, cheio de lama. Nada de bebés. O árbitro esqueceu-se dos cartões, e conseguimos. Mesmo com o impacto emocional de Robben ter partido o pé. Mesmo com tudo isso. Petr Cech teve uma exibição louca na lama, a lutar para manter o resultado”, prosseguiu.
“Quando disse aos rapazes para tirarem as camisolas, tinha uma dupla intenção. Primeiro, as camisolas eram para os adeptos, porque significa muito para eles. E, depois, era para mostrar quem eram. Mostrem o vosso corpo, a vossa força. É claro que, na altura, nem toda a gente tinha um ‘six pack’, como agora, mas não interessa”, rematou.
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