Dia histórico para o futebol português. Pela primeira vez, os relatórios dos árbitros foram tornados públicos, cumprindo-se, assim, a promessa apresentada por Fernando Gomes, durante a candidatura para a reeleição da Federação Portuguesa de Futebol.
Os documentos permitem, ao adepto, conferir pessoalmente os motivos por detrás das decisões dos juízes de cada jogo, dando azo a algumas curiosidades pouco habituais.
No Rio Ave-Belenenses, por exemplo, o árbitro Fábio Veríssimo explica que mostrou o cartão amarelo a Francisco Geraldes, aos 36 minutos de jogo, por “tapar a cara com a caneleira na comemoração de um golo”.
No relatório do FC Porto-Estoril, Hugo Miguel fez questão de assinalar que “o jogo teve o seu reinicio na 2.ª parte mais tarde (3 minutos) em virtude da equipa do FC Porto ter chegado atrasada ao terreno de jogo”.
Semelhante episódio sucedeu no Marítimo-Paços de Ferreira, em que “o jogo, na segunda parte, após o intervalo, teve atraso de dois minutos no seu reinicio por motivo de atraso das duas equipas”.
Já no Benfica-Sporting de Braga, Carlos Xistra deu conta do lançamento de "um petardo" e de uma "garrafa plástica com alguma água" por parte dos "adeptos do Benfica". O segundo terá mesmo tido "o objetivo de acertar no árbitro".
Bruno Paixão foi, de resto, o mais minucioso de todos os árbitros, chegando ao ponto de registar os todos os protestos que foram sancionados com cartão amarelo. Barge, por exemplo, foi admoestado por afirmar “Isto é para amarelo”, ao passo que Hugo Seco referiu “Isto é falta”.