O grupo Arriva, através da companhia Arriva Spain Rail, pediu segunda-feira à Comissão Nacional de Mercados e Competência (CNMC) espanhola autorização para operar numa nova linha entre as duas cidades, num percurso de 342 quilómetros que espera percorrer em duas horas e 46 minutos, com sete paragens: A Corunha, Santiago de Compostela, Pontevedra, Vigo Guixar, Valença do Minho, Nine e Porto-Campanhã.
Para Xoan Mao, esta nova linha "reforça uma ideia" já defendida pelo Eixo Atlântico - organismo que agrega 38 municípios portugueses e galegos -- há muito tempo e mostra "que o setor privado o viu com a mesma clareza".
"O aumento da oferta também aumenta a procura. Há quem não viaje por não serem dadas condições para viajar, não haver horários", assinalou o responsável, destacando que "com mais comboios e horários, vai haver mais gente a ir de comboio".
Atualmente, o comboio que sai do Porto "só liga a Vigo e com limitações", pelo que esta ligação à Corunha é, para o secretário-geral, "uma medida inteligente", acreditando haver "massa crítica" que permita a sustentabilidade dos dois serviços.
Com partidas diárias de Porto Campanhã e Vigo, o comboio 'Celta', operado pela CP em conjunto com a Renfe, liga atualmente as cidades do Porto e Vigo, com paragens em Nine, Viana do Castelo e Valença.
O comboio "Celta" iniciou a sua exploração comercial em julho de 2013, assegurando uma ligação rápida entre Vigo e Porto.
Com bilhete único com o preço de 14,75 euros, esta ligação veio permitir percorrer os 175 quilómetros que separam as cidades em duas horas e 15 minutos, quando anteriormente a ligação demorava mais de três horas.
Em Portugal, a Arriva, que pertence ao grupo alemão Deutshe Bahn, desenvolve a atividade de transporte regular de passageiros, com cerca de 190 concessões, operando mais de 200 linhas em 16 concelhos diferentes (Guimarães, Famalicão, Braga, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Barcelos, Santo Tirso, Trofa, Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Maia, Matosinhos, Porto, Terras de Bouro e Vizela).
A Lusa questionou o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, entidade em Portugal competente para a emissão de licenças para o exercício da atividade de prestação de serviços de transporte ferroviário, mas não obteve respostas até ao momento.