O antigo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, são as personalidades que se perfilam para dar continuidade à controversa linha de pensamento liberal de António Borges, falecido na madrugada de domingo passado.
Pelo menos, são estes os palpites de alguns politólogos ouvidos pelo Diário Económico, fazendo, porém, a salvaguarda de que não existe um sucessor claro para as ideias defendidas pelo economista desaparecido, que conjugava teoria com acção.
“Alguém que possa ter o papel que o professor António Borges teve, não vejo…”, assinala o reitor da Nova School of Business & Economics, José Ferreira Machado. E prossegue: “Poder ter a ver com o pensamento, mas também pode ter a ver com algumas características de inteligência emocional que não se coadunavam bem com a sociedade portuguesa”, refere.
Por seu turno, o presidente do ISEG, João Duque assegura que “o liberalismo não ficou órfão (…). Mas ao contrário de outros, ele [Borges] tinha a vantagem de não ter dependência do Estado e tinha outro à vontade para falar”.
Já António Costa Pinto entende que “não temos em Portugal ninguém com perfil semelhante ao António Borges que era figura com perfil académico mas ao mesmo tempo um homem de acção”.
Além de Gaspar e Moedas, o ex-ministro das Finanças, José Braga de Macedo, ou os académicos Luís Cabral e Diogo Lucena, são apontados como próximos dos ideais de Borges.