Segundo as previsões apresentadas por Sturnaras à Junta Geral de acionistas, a economia grega crescerá este ano previsivelmente 1,9%, fundamentalmente por causas externas, muito abaixo das previsões do Governo, de 2,5%, mas também das do Fundo Monetário Internacional (2,4%) e da Comissão Europeia (2,2%).
Apesar de destacar que a economia grega recuperou um determinado impulso, Sturnaras sublinhou que "para restaurar as perdas em matéria de produção e de empregos é necessário um ritmo de crescimento mais alto".
O governador do banco central felicitou a emissão com sucesso de dívida pública a dez anos no mês passado, mas insistiu que os juros "permanecem altos e muito sensíveis às turbulências da economia internacional".
Sturnaras também sublinhou que a economia deve fazer frente a um duplo desafio: por um lado conseguir um ritmo de crescimento sustentado e por outro alcançar um excedente primário elevado para um período muito longo, de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2022 e de 2,2% até 2060.
"Alcançar um excedente primário tão alto [...] prejudica o crescimento e a sustentabilidade da dívida", sustentou Sturnaras, que foi ministro das Finanças durante o Governo conservador de Andonis Samaras, que apostou por objetivos para o excedente primário "mais realistas".
Segundo Sturnaras, entre os principais problemas que enfrenta a economia estão a elevada carteira de crédito malparado da banca (45,1% da totalidade dos créditos bancários), alta taxa de desemprego, baixa competitividade das empresas e falta de investimento.
Na opinião do governador, uma das chaves para que a economia consiga um crescimento sustentado passa por reduzir os impostos e racionalizar os gastos públicos.
Concluir as reformas estruturais empreendidas ajudará também a melhorar a capacidade creditícia do país, adiantou.
O governador do Banco da Grécia considera perigoso que neste ano de eleições se desacelere o ritmo das reformas e haja um eventual aumento dos gastos públicos.
As relações de Sturnaras com o Governo de Alexis Tsipras têm sido tensas desde o início e enquanto Sturnaras tem sido muito crítico com a gestão económica do político de esquerda, o Executivo de Atenas acusa-o de não respeitar a neutralidade que impõem as suas funções à frente do banco central e de estar envolvido numa série de escândalos financeiros, investigados pela justiça.