Governo diz que mediação entre Antram e sindicato "não é viável"

O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, disse hoje que o processo de mediação para travar o conflito laboral entre o sindicato de matérias perigosas e a Antram "não é viável".

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Lusa
15/08/2019 20:53 ‧ 15/08/2019 por Lusa

Economia

Motoristas

 

"O processo de mediação só avança quando tem viabilidade" e "depende da vontade das partes", afirmou o governante, em conferência de imprensa, em Lisboa.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) fez hoje depender um eventual processo negocial da desconvocação da greve que dura desde segunda-feira.

Para o secretário de Estado, "aquilo que é claro neste momento para o Governo é que qualquer processo de mediação já só é possível num quadro em que a greve não está ativa".

"Para que qualquer pedido de mediação não seja um expediente dilatório, não seja uma mera formalidade, mas pelo contrário, possa ter condições de êxito, aquilo que é essencial é que a greve termine", reforçou o governante.

Apesar de decorrer nesta altura uma reunião no Ministério das Infraestruturas, com a Antram e a outra estrutura sindical que convocou a greve, o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), o secretário de Estado recusou existir uma estratégia do Governo para isolar o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).

"Esta não é nenhuma estratégia do Governo para isolar qualquer sindicato. Esta é uma estratégia do Governo para resolver a greve, para por fim à greve e retomar o quadro das negociações", defendeu Miguel Cabrita.

Pelas 20:30 chegou ao Ministério das Infraestruturas e Habitação uma comitiva do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), tendo a Antram chegado depois das 21:00, representada pelo presidente da Associação, Gustavo Paulo Duarte, e pelo porta-voz, André Matias de Almeida.

Os motoristas estão a cumprir hoje o quarto dia de uma greve por tempo indeterminado, tendo o sindicato dos motoristas de matérias perigosas pedido na quinta-feira a mediação do Governo, processo que foi considerado inviável pelo executivo, depois de a Antram ter dito à Lusa que, se os sindicatos desconvocarem a greve, podem reunir-se já na sexta-feira.

A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

Na segunda-feira, ao final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

 

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