A greve dos motoristas vai continuar e não há sinal de que esteja perto de acabar. O dia de ontem parecia poder marcar um ponto de viragem no conflito entre os motoristas e os patrões. O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) tinha decidido suspender a greve, o que levou o Governo a convocar uma reunião para mediar um acordo.
O Sindicato mantém a disponibilidade para continuar a dialogar, a Antram espera que "o sindicato possa perceber que as empresas não conseguem" um maior esforço.
Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, lembra que "é muito raro em Portugal serem decretadas greves por tempo indeterminado".
Acompanhe, ao minuto, os desenvolvimentos mais recentes da greve:
21h31 - A Direção-Geral do Emprego e Relações do Trabalho (DGERT) registou no primeiro trimestre do ano apenas um pedido de mediação, mecanismo que tem sido requerido no conflito laboral entre sindicatos dos motoristas e Antram.
19h32 - A requisição civil relativa à greve dos motoristas de matérias perigosas foi hoje cumprida e os serviços mínimos "superados", com o último balanço a demonstrar "uma crescente normalidade da situação", avança o Ministério do Ambiente e Transição Energética.
19h13 - O porta-voz do sindicato de motoristas de matérias perigosas, Pedro Pardal Henriques, admitiu hoje recorrer à justiça para "responsabilizar todos aqueles que violaram as leis" na greve.
17h42 - O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) apelou hoje à Antram para aceitar a proposta de compromisso que o Governo articulou com aquela força sindical, abrindo "caminho para a paz duradoura", antes da reunião plenária no domingo.
17h06 - Francisco São Bento, líder do SNMMP, falou aos jornalistas na tarde deste sábado e reforçou a possibilidade de suspensão da greve. "Tal como era suporto ter acontecido ontem, seria suspensa a greve caso a Antram estivesse presente, o que não se concretizou. A partir do momento em que se inicie a reunião, estará suspensa a greve. E a após o plenário [está agendado para este domingo], e depois de fazermos o ponto de situação com os nossos associados, decidiremos se manteremos a greve ou se avançamos com os trâmites que ficarem decididos".
Reforçou Francisco São Bento que serão apresentadas várias possibilidades aos associados, escusando-se a adiantar mais informações.
16h23 - Representantes do sindicato estarão a chegar a Aveiras, para falar com os grevistas e fazer declarações aos jornalistas presentes no local.
14h59 - O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) já respondeu à proposta da Antram para nova mediação, mas refere que a base de entendimento tem de ser aceite.
14h48 - Os grevistas em Aveiras estão a acusar o cansaço e a desilusão e o piquete de greve não ultrapassa a meia dúzia de motoristas.
14h46 - O presidente da Confederação do Comércio de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, considera que a manutenção da greve dos motoristas de matérias perigosas está a ter um efeito negativo na economia.
"O cumprimento dos serviços mínimos é útil, mas não satisfaz plenamente todas as necessidades, quer em termos de movimentação de cargas em todas as áreas, em particular a alimentar, quer para o transporte de passageiros, o turismo e a economia em geral"
13h10 - ANTRAM propõe mediação do Governo para negociar. O representante da ANTRAM, André Matias Almeida, admitiu, este sábado, que estão criadas as condições para patrões e sindicato se juntarem à mesa com recurso a um processo de mediação junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.
13h00 - No habitual ponto de situação sobre o impacto da greve dos motoristas, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, garantiu que os "serviços mínimos foram ultrapassados e a requisição civil está a ser cumprida".
O ministro mantém-se esperançado que o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Antram cheguem a um entendimento.
"Já foram feitos dois acordos com dois dos sindicatos dos setor, um nem estava em greve, e só falta um acordo com um dos sindicatos para se poder celebrar o contrato coletivo de trabalho. Amanhã há um plenário vamos ver o que é decidem os trabalhadores. A nossa forte expetativa é que esse acordo venha a ser celebrado rapidamente para que a greve possa acabar", destacou.
12h09 - O presidente da Confederação dos Agricultores, Eduardo Oliveira e Sousa, mostra-se preocupado com o impacto do prolongamento da greve no setor. "Se agora for para continuar a greve por mais um período sem fim à vista, a situação pode complicar-se e eu nem sei o que é que pode acontecer", afirmou.
A CAP admite a possibilidade de falências e de perdas de colheitas.
10h54 - Num novo balanço, o Ministério da Administração Interna revelou que durante os seis dias de greve os militares da GNR e os agentes da PSP asseguraram o transporte de combustível em 131 camiões. A operação envolveu até ao momento 154 elementos das forças de segurança.
8h03 - Portugal continua a viver uma crise energética. Com a greve a entrar no sexto dia, importa verificar os postos que já não têm capacidade para abastecer. De acordo com a plataforma 'Já não dá para abastecer' da VOSTPortugal, há quase 500 postos sem gasolina, perto de 700 sem gasóleo e 63 sem GPL. A região litoral continua a ser a mais afetada.
7h51 - Numa entrevista ao Expresso, dada antes de ser conhecido o desfecho da reunião do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, o primeiro-ministro António Costa garantiu que o Governo está disponível para "adotar todas as medidas" para que o país não pare.
Costa garantiu ainda que o Governo não se sente pressionado pela proximidade das eleições Legislativas. "Não vale a pena alguém pensar que, pelo facto de haver eleições, é agora que vão dar o tudo ou nada, porque não estamos reféns das eleições: estaremos até ao último dia deste Governo concentrados em assegurar o interesse nacional e as necessidades dos portugueses", assegurou.
6h52 - O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Antram não chegaram a acordo após uma reunião de dez horas e a greve mantém-se. O Governo falhou o objetivo de mediar um acordo entre as duas partes.
O porta-voz do SNMPP, Pedro Pardal Henriques, afirmou que trabalharam com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, numa proposta "razoável para desbloquear a situação. A Antram rejeitou a proposta e a greve mantém-se". No entanto, o sindicato mantém aberta a porta para continuar a dialogar.
Por sua vez, a Antram considerou a proposta do sindicato "incomportável" e "discriminatória", e espera que "haja uma sensibilização dos associados [do sindicato] e que possam compreender que as empresas estão no seu limite".
A paciência do Governo para a greve também parece ser cada vez mais reduzida. No final da longa e infrutífera reunião, Pedro Nuno Santos referiu que tanto Sindicato como Antram apresentaram propostas, que foram recusadas. "Acho que já é demais", realçou o ministro.
[Notícia em atualização]