Na moção aprovada durante um plenário os motoristas decidiram ainda mandatar a direção do sindicado para "caso a Antram demonstre uma postura intransigente", na reunião agendada para terça-feira, tomar medidas como "a convocação de greves às horas extraordinárias, fins de semana e feriados", até que os interesses dos motoristas sejam efetivamente assegurados.
A decisão de desconvocar a greve foi anunciada pelo presidente do SNMMP, Francisco São Bento, no final de um plenário de trabalhadores do sindicato, que decorreu esta tarde em Aveiras de Cima e que durou cerca de três horas.
A paralisação, que começou na segunda-feira, dia 12, foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.
Pedro Pardal Henriques, porta voz do SNMMP, por seu turno, afirmou estarem "reunidas as condições" para negociar com a Antram e o Governo.
A decisão foi sustentada num conjunto "de considerandos" aprovados pelos motoristas e lidos no final pelo presidente, Francisco São Bento.
No documento, os motoristas consideram que a Antram (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) "recusou ceder um milímetro face à sua proposta inicial, rejeitando uma proposta de compromisso" articulada, no dia 16 de agosto, pelo Governo e sindicato, "não alterou substancialmente a sua posição intransigente" e mostrou falta de interesse em reunir hoje", antes de plenário.
Os considerandos estendem-se também ao Governo, que o SNMMP afirma ter restringido e tentado "eliminar o direito à greve dos motoristas e, consequentemente, dos portugueses", determinando serviços mínimos "com o único objetivo de proteger as empresas" associadas da Antram.
O sindicato acusa também o Governo de usar as Forças Armadas e as forças de segurança "em proveito das empresas" associadas da Antram que, "comprovadamente, tem demonstrado desejar que a greve se mantenha por tempo indeterminado".
Na lista de considerandos, o sindicato ressalva não nunca ter estado "interessado em prejudicar os portugueses" com a paralisação que decorria desde o dia 12, mas vinca que os motoristas "têm direito a lutar por condições de trabalho minimamente dignas".
Por isso, refere o documento aprovado, os motoristas consideram "imperativo demonstrar à Antram que não irão abdicar do que é seu por direito", apesar da desconvocação da greve para que possa realizar-se a reunião negocial a reunião que decorrerá na terça-feira, pelas 16:00, no Ministério das Infraestruturas e Habitação.
A paralisação, que começou na segunda-feira, dia 12, foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.
A greve foi convocada por tempo indeterminado para reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.