O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) desconvocou, este domingo, a greve que se prolongou por sete dias e que obrigou, inclusive, o Governo a decretar a requisição civil parcial.
Esta foi, como refere o comunicado enviado às redações, uma "greve realizada em condições extremamente difíceis" face às "intransigência da ANTRAM".
Perante a posição do Governo, que "anunciou estar aberto o caminho para uma nova ronda negocial", o SNMMP resolveu "não virar as costas". "Queremos negociar e, para o efeito, cumpriremos as condições exigidas para que a mediação reúna com todas as partes, mas não podemos mentir aos nossos associados e ao país". Detalha o Sindicato que "as bases que estão lançadas para essa negociação ainda estão longe" do que os motoristas "precisam", acredita.
Reitera o SNMMP que "a luta não é uma luta centrada no aumento global do salário, é uma luta por uma base salarial mais consentânea com o risco associado a circular nas estradas carregado de toneladas de matérias perigosas, uma base salarial que nos reconheça e que salvaguarde um setor fundamental para a economia do país".
Convicto que "a razão" está do lado do Sindicato, o plenário aprovou o fim da greve mas com um "pré-aviso de greve às horas extraordinárias e ao domingo, limitando o trabalho dos motoristas de cargas perigosas apenas ao seu turno". Este pré-aviso será entregue se, "na mediação definida pelo Governo, a ANTRAM continuar a recusar reconhecer, de uma vez por todas, o nosso estatuto profissional, quer no que diz respeito às horas extraordinárias, quer no que diz respeito ao pagamento de um valor tributável e pago pelos patrões", pode ler-se.
O SNMMP lança ainda um desafio aos motoristas para "um encontro aberto a todos os que, depois desta batalha, queiram traçar um caminho comum na constituição de respostas, tanto no combate aos salários e condições de miséria como no desenho de estratégias na defesa intransigente do direito constitucional à greve".