Segundo a DBRS, a confirmação da notação financeira tem em conta os recentes progressos feitos pelo banco na redução de ativos problemáticos, através de vendas de carteira de crédito malparado, e na emissão em abril de dívida subordinada no valor de 100 milhões de euros.
Já a perspetiva negativa, refere, é reflexo dos riscos relacionados com os fracos lucros num ambiente de difícil rentabilidade para o banco, com baixas taxas de juro, ambiente competitivo e manutenção da pressão para reduzir ainda mais os ativos problemáticos.
A DBRS fala ainda da "instabilidade no governo corporativo" e dos desafios do plano de reestruturação.
Para a perspetiva melhorar para positiva, o que indiciaria uma melhoria do 'rating', a DBRS diz que é necessário o Montepio melhorar a qualidade dos ativos, estabilizar receitas e aumentar lucros.
Uma pressão negativa pode vir do enfraquecimento do capital, instabilidade dos depósitos.
"A falta de sucesso no fortalecimento da estrutura organizacional do banco também seria avaliada negativamente", avisou a DBRS.
O Banco Montepio teve lucros de 3,6 milhões de euros no primeiro semestre, quatro vezes menos do que os 15,8 milhões de euros dos primeiros seis meses de 2018.
O Montepio foi dos bancos condenados pela Autoridade da Concorrência por prática concertada de informação sensível no crédito ao longo de mais de 10 anos, entre 2002 e 2013. O banco foi inicialmente condenado a 26 milhões de euros, mas viu a multa reduzida para 13 milhões de euros devido a ter aderido ao programa de clemência.
Quanto ao governo do banco, há várias semanas que há notícias sobre problemas no Banco Montepio nesta área, tanto por críticas à estratégia do banco como ao prolongar da indefinição sobre Dulce Mota, que desde fevereiro é presidente executiva interina.
Dulce Mota substituiu Carlos Tavares, que passou a ser apenas presidente não executivo ('chairman'), mas desde então não foi decidido definitivamente se fica ou não como presidente da instituição.
Em 06 de setembro, foi conhecido que Luís Guimarães apresentou a renúncia aos cargos de administrador não executivo do banco Montepio.
Segundo o jornal Público, Luís Guimarães comunicou ao presidente não executivo do Banco Montepio, Carlos Tavares, a demissão, "alegando, entre outros aspetos, falta de condições para exercer a função de forma independente".