"Temos dito, consistentemente, aos Estados Unidos que estamos prontos para trabalhar com eles numa solução justa e equilibrada para as respetivas indústrias aeronáuticas. Estamos prontos e dispostos a encontrar um acordo justo, mas se os Estados Unidos decidirem impor medidas de retaliação, a UE irá fazer o mesmo", declarou a porta-voz do executivo comunitário, Mina Andreeva.
A responsável falava em conferência de imprensa em Bruxelas após a reunião do colégio de comissários, na qual foi abordada a disputa entre a UE e os Estados Unidos relativas aos apoios públicos às respetivas fabricantes aeronáuticas, Airbus (francesa) e Boeing (norte-americana).
Mina Andreeva recordou que "uma decisão da OMC [Organização Mundial do Comércio] sobre o caso da Airbus está iminente e a Comissão irá reagir logo a seguir a ser conhecida".
"A posição da UE sobre esta matéria é clara e coordenada com os Estados-membros: devemos evitar impor tarifas um ao outro porque isso será prejudicial às nossas economias, ao comércio mundial e ao setor aeronáutico", adiantou a responsável.
A OMC tem sido palco de uma disputa, há vários anos, entre a Boeing e a Airbus, devido às subvenções e ajudas concedidas, respetivamente pelos Estados Unidos e pela UE, à sua indústria aeronáutica.
No final de março deste ano, a OMC concluiu que os Estados Unidos violaram regras comerciais com apoios ilegais à fabricante Boeing, prejudicando a Airbus, decisão que deu "vitória final" à UE numa disputa com 14 anos.
Na altura, a OMC considerou ilegal o apoio dos Estados Unidos à Boeing, violando uma decisão imposta em 2012 pelo regulador dos diferendos comerciais, a qual o país disse que iria respeitar.
Em reação a essa decisão, Washington ameaçou impor aumentos nas tarifas de produtos europeus, incluindo à Airbus, uma retaliação à ajuda pública europeia recebida pelo fabricante europeu.
Espera-se agora que a OMC decida sobre a imposição destas tarifas.