O relatório 'Small matters: Global evidence on the contribution to employment by the self-employed, micro-enterprises and SMEs' analisa dados de 99 países e conclui que as chamadas "pequenas unidades económicas" representam "mais de 70% do total do emprego, fazendo, de longe, com que sejam os motores mais importantes do emprego".
De acordo com o estudo há, contudo, "diferenças consideráveis" entre os vários países e regiões e constata-se que o peso no total do emprego dos trabalhadores por conta própria e dos empregados em micro ou pequenas empresas é menor naqueles em que os salários são mais altos.
Nos países de elevados rendimentos, 58% do total do emprego é da responsabilidade das pequenas unidades económicas, enquanto que nos países de baixos e médios rendimentos a proporção é consideravelmente maior, diz a OIT.
Já nos países com menores níveis de rendimento, a proporção de emprego nas pequenas unidades económicas "é de quase 100%".
Na Europa e na Ásia Central, onde segundo o estudo estão os países de elevados rendimentos, a percentagem de trabalhadores por conta própria é de 10% e o peso dos trabalhadores em microempresas (até nove trabalhadores) é de 21,4%. O setor com maior peso neste segmento é o dos serviços (68,5%).
Por outro lado, no sul da Ásia, as percentagens são de quase 70% no caso dos trabalhadores por conta própria e de 20% nas microempresas, estando concentrados nos serviços e na agricultura.
O estudo refere ainda que, nos 99 países analisados, estima-se que 62% do emprego total, em média, é informal, mas também este indicador varia de forma significativa entre os países, sendo superior a 90% onde os salários são considerados baixos, como Madagáscar ou Costa do Marfim, e inferior a 5% em vários países europeus, como Áustria, Bélgica, Suíça, Irlanda, Luxemburgo e Dinamarca.
Segundo a OIT, os resultados do estudo possuem "elevada relevância" quanto às implicações nas políticas e programas de criação de emprego, empregos de qualidade, 'start-ups', produtividade e formalização do trabalho, pelo que defende ser necessário "maior foco nestas pequenas unidades económicas".