"O Governo pegou nos dados da execução orçamental e trabalhou-os no sentido de retirar as medidas extraordinárias e, com esse trabalho de manipulação dos dados, consegue apresentar esse resultado, mas, se olharmos para os dados em bruto, verificamos que há um agravamento do défice orçamental de 250 milhões de euros", afirmou o parlamentar comunista nos Passos Perdidos do Parlamento.
De acordo com a síntese da execução orçamental divulgada pela Direção-Geral do Orçamento, nos primeiros dez meses do ano, o défice provisório das administrações públicas, relevante para efeitos de aferição do programa de ajustamento económico e financeiro, foi de 6.409,1 milhões de euros.
"E este agravamento só não é maior porque houve um aumento de receita em sede de IRS, consequência de um saque fiscal dirigido contra os trabalhadores e as famílias e ainda se registou uma quebra brutal do investimento público", continuou.
Para Paulo Sá, os "dados relativos a outubro de 2013 vêm confirmar que a consolidação que o Governo quer levar a cabo só é possível à custa do empobrecimento dos trabalhadores, do afundamento da economia e condenando o país ao atraso".