"Comparamo-nos com outras companhias aéreas, em termos de pontualidade, estamos muito bem. Já temos 80% de pontualidade na chegada dos nossos aviões, o que hoje é considerado muito bom para qualquer companhia. Por isso, estamos felizes", afirmou o responsável empresarial.

O administrador falava aos jornalistas no âmbito do lançamento dos novos voos da companhia, privatizada em março, do aeroporto Amílcar Cabral, em Espargos, para Washington, nos Estados Unidos (iniciados no domingo), para Lagos, Nigéria, iniciados na segunda-feira, e para Porto Alegre, Brasil, que arrancam na quarta-feira.

Para o presidente da companhia, a operação tem sido uma "grande oportunidade", apesar de ainda existirem alguns desafios nos aeroportos cabo-verdianos, nomeadamente nas revistas de segurança e filas para check-in.

"Mas basicamente tudo está no lugar para expandir e ser maior do que é hoje", perspetivou Jens Bjarnason.

Em março, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da estatal Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.

A TACV assegurava voos domésticos, que foram abandonados no âmbito do processo de privatização com a Cabo Verde Airlines a concentrar-se nos voos internacionais. As ligações aéreas entre ilhas passaram então a ser asseguradas apenas pela companhia espanhola Binter, que mudou de nome para Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV).

Entretanto, a Cabo Verde Airlines retomou os voos domésticos, através de uma parceria com as portuguesas Lease-Fly e Newtour, garantindo assim a conetividade ao 'hub' na ilha do Sal, de onde opera grande parte dos voos internacionais.

Jens Bjarnason fez uma avaliação dessa parceria, que arrancou em agosto, dizendo que a ideia é proporcionar aos passageiros das cidades da Praia (ilha de Santiago) e do Mindelo (ilha São Vicente) a hipótese de uma fácil conexão ao 'hub' da companhia na ilha do Sal.

Neste momento, avançou que a empresa portuguesa Lease-Fly está a operar com uma aeronave, mas prevê ter outro ATR em breve para providenciar uma "boa conexão" também com a ilha do Fogo, com destaque para os voos de ligação para Boston, Estados Unidos (com a presença de uma grande comunidade emigrante daquela ilha).

Os restantes 49% do capital social da antiga TACV estão a ser vendidos aos trabalhadores e aos emigrantes cabo-verdianos (10%) e aos investidores institucionais (39%), num processo de privatização que o Governo prevê concluir até final do ano.

O ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde, José Gonçalves, afirmou no domingo que a inauguração dos voos da Cabo Verde Airlines para Washington marcou o arranque "de forma estruturante" do 'hub' aéreo que o Governo pretende implementar na ilha do Sal.

"Hoje começa de forma estruturante o 'hub' aéreo, porque vamos para além daquilo que tem sido o nosso mercado tradicional, que era Boston e Providence, a Costa Leste, agora vamos para Washington. E este voo marca a partida para o 'hub' aéreo", salientou o ministro.

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