Estado fecha ano com défice de 599 milhões, "uma melhoria" face a 2018
As administrações públicas fecharam o ano de 2019 com um défice de 599 milhões de euros em contas públicas, uma melhoria de 1.643 milhões de euros face ao período homólogo, anunciou hoje o Ministério das Finanças.
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Economia Execução Orçamental
"A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas em 2019 registou um défice de 599 milhões de euros, refletindo uma melhoria de 1.643 milhões de euros face a 2018, em resultado de um crescimento da receita de 4,3% e da despesa de 2,3%", afirmam as Finanças.
No comunicado que antecede a divulgação da Síntese de Execução Orçamental pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), o ministério de Mário Centeno sublinha que "a execução orçamental permite cumprir o objetivo orçamental para 2019".
De acordo com as Finanças, a receita fiscal cresceu 3,8% no conjunto do ano face a 2018, com destaque para o aumento do IVA em 7%.
"Esta evolução positiva ocorre apesar da redução das taxas de vários impostos, tais como o IRS (aumento do número de escalões e do mínimo de subsistência), o IVA (diminuição da taxa de vários bens e serviços) e o ISP (redução da taxa aplicada à gasolina em três cêntimos)", afirmam as Finanças, acrescentando que "a forte dinâmica da receita é justificada pelo bom desempenho da economia".
Já o comportamento "muito favorável" do mercado de trabalho refletiu-se no crescimento de 8,6% da receita das contribuições para a Segurança Social, continua o ministério.
Por sua vez, a despesa primária aumentou 3%, "influenciada pelo expressivo crescimento da despesa do SNS [Serviço Nacional de Saúde] em 4,8%, com o investimento no SNS a crescer 17% atingindo o máximo desde pelo menos 2012", destaca o gabinete de Centeno.
O Ministério das Finanças realça ainda que a despesa com salários dos funcionários públicos aumentou 4,6% devido ao descongelamento faseado das carreiras entre 2018 e 2020.
"A execução do mês de dezembro incorpora pela primeira vez o pagamento de 100% dos direitos de progressão de mais de meio milhão de funcionários, acumulados nos últimos 10 anos, e cujo efeito pleno se continuará a sentir ao longo de 2020", refere a mesma fonte.
As Finanças destacam ainda o aumento de 7% da despesa com salários dos profissionais da saúde, em especial médicos e enfermeiros, e da educação (3,2%).
"A despesa com pensões da Segurança Social cresceu 5,5%, refletindo o facto de a generalidade dos pensionistas ter tido aumentos reais nas pensões, incluindo o impacto de dois aumentos extraordinários", diz o ministério.
A evolução da despesa é também explicada pelo crescimento das prestações sociais (5,4%), em particular no abono de família (10,8%) e na Prestação Social para a Inclusão (30,9%).
O investimento público aumentou 20,6% na administração central, excluindo Parcerias Público Privadas (PPP), com destaque para o crescimento no setor dos transportes públicos, sobretudo na IP (57,9%) e na CP (25,4%), "refletindo a prioridade ao transporte ferroviário".
Segundo o Ministério das Finanças, "o investimento público global da Administração Pública atinge o máximo da década".
O saldo em contabilidade pública, que é divulgado pela DGO, tem em conta a entrada e saída de fluxos de caixa e fica disponível antes das estatísticas elaboradas em contabilidade nacional.
O saldo orçamental em contabilidade nacional - o que interessa a Bruxelas - é apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que registou um excedente de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no conjunto dos três primeiros trimestres de 2019.
O Governo mantém a previsão de um défice de 0,1% do PIB em contas nacionais para o conjunto de 2019.
[Notícia atualizada às 16h13]
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