"A AEP encara com muita preocupação as consequências da atual situação política, a que se vem juntar toda a instabilidade e incerteza que vivemos a nível internacional [...]. Encontramo-nos num cenário em que sucessivas crises políticas podem afetar a credibilidade do país, com consequências na capacidade de atrair investimento estrangeiro e no crescimento da economia portuguesa", referiu, em comunicado.
O Governo em gestão, segundo a AEP, deve priorizar os projetos que asseguram o crescimento do país, nomeadamente a implementação célere dos fundos europeus.
A associação defendeu que os impactos desta crise política para a economia são, entre outros, atrasos na execução dos fundos europeus, desconfiança dos investidores, risco de aumento dos juros da dívida pública, atrasos em projetos como a alta velocidade e na lei laboral.
Deste modo, os empresários defendem a necessidade de assegurar o normal funcionamento dos organismos públicos, evitando atrasos nos projetos em curso.
"A AEP espera que os políticos façam tudo o que está ao seu alcance para evitar riscos acrescidos para o país, pois os riscos de natureza externa, que existem, e são muitos, esses não os podemos controlar", sublinhou.
A Assembleia da República chumbou esta terça-feira a moção de confiança apresentada pelo Governo, provocando a sua queda.
Votaram contra a moção de confiança o PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.
De acordo com a Constituição, a "não aprovação de uma moção de confiança" implica a "demissão do Governo".
Hoje, o Presidente da República recebe os partidos políticos com assento parlamentar no Palácio de Belém para discutir a crise política e o cenário de legislativas antecipadas.
Marcelo Rebelo de Sousa tinha sinalizado que, se a moção de confiança fosse rejeitada provocando a queda do Governo, o "calendário eleitoral" apontaria para meados de maio.
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