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"Como ministro procurei salvar o sistema financeiro do colapso BPN"

O ex-ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, garante que atravessou "um período de nojo" suficientemente longo para assumir a liderança do EuroBic.

"Como ministro procurei salvar o sistema financeiro do colapso BPN"
Notícias ao Minuto

22:02 - 30/01/20 por Notícias Ao Minuto

Economia Fernando Teixeira dos Santos

O presidente do EuroBic, Fernando Teixeira dos Santos, deu esta quinta-feira uma entrevista à RTP onde falou, essencialmente, do processo Luanda Leaks e de Isabel dos Santos, acionista do banco que o antigo ministro das Finanças lidera.

Depois de dizer que o processo não manchou a sua reputação porque "a engenheira Isabel dos Santos foi elogiada, muito venerada [no passado]" e de garantir que o banco continua "sólido e robusto", o antigo governante falou das críticas de que é alvo por ter sido o ministro das Finanças que nacionalizou o BPN e agora ser o presidente do banco que comprou o BPN.

"Enquanto ministro das Finanças tomei uma decisão, que não foi uma decisão fácil, que foi a de nacionalizar um banco que era um risco sério para o sistema financeiro português num momento de crise aguda do sistema financeiro internacional.  Portanto, se havia aí algum problema, o problema não era do ministro das Finanças, era um problema de um banco que por várias razões pôs em risco o sistema financeiro", justificou.

Mas mais. Teixeira dos Santos, que é igualmente professor universitário, aproveitou o momento para relembrar que passou por um "período de nojo" antes de ter aceitado o convite para liderar o EuroBic e que, além disso, não foi ele que vendeu o banco.

"Eu como ministro das Finanças procurei salvar o sistema financeiro dos efeitos que o colapso desse banco poderia ter no sistema financeiro. O banco foi vendido e, contrariamente aquilo que muitos dizem, não fui eu que vendi o banco. Quando o banco foi vendido eu já não era ministro deste país. Foi o Governo seguinte que vendeu o banco e eu fui convidado para vir para o EuroBic cinco anos depois de ter deixado de ser ministro. Creio que atravessei um período de nojo suficientemente longo e portanto não vejo porque haja conflito de interesses que me pudesse inibir ou limitar", sublinhou.

Recorde-se que  EuroBic, liderado pelo antigo ministro das Finanças, tem como acionista Isabel dos Santos (com 42,5%) e já anunciou que cortou todas as relações comerciais com a empresária e que a sua participação no banco será vendida na sequência da divulgação do Luanda Leaks.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou no dia de 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

A investigação revela que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no EuroBic Lisboa foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária da petrolífera angolana, depois de transferências para o Dubai.

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