"As perspetivas futuras de produção de gás natural na Áfricas subsaariana são mais positivas que para o petróleo, com a produção quase a duplicar dos atuais 75,6 mil milhões de metros cúbicos para os 135 mil milhões de metros cúbicos em 2029; Moçambique representa o país com maiores margens de crescimento em todo o período da análise, com uma média de crescimento anual de 26,5% entre 2020 e 2029", dizem os analistas.
No relatório sobre a evolução do petróleo gás esta década na África subsaariana, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings escrevem que Moçambique vai disputar mercado com a Nigéria, o maior produtor de gás na região, devendo a quota de mercado da maior economia africana cair entre 46% a 65% até ao final desta década.
"Apesar de a Nigéria ir continuar a registar um crescimento sustentado, a maioria do gás produzido virá de novos atores como Moçambique", dizem os analistas, apontando os investimentos que estão em curso neste país lusófono.
"Moçambique, um fornecedor chave do mercado sul-africano, vai começar a desenvolver as suas vastas reservas ao largo da costa, o que fará a sua produção aumentar de uns modestos 5,6 mil milhões de metros cúbicos para 45 mil milhões de metros cúbicos em 2029", estimam os analistas.
Entre os efeitos da produção na economia moçambicana, que os analistas estimam ir crescer em média 12,4% durante esta década, o setor automóvel será um dos grandes beneficiados: "a nossa equipa de previsão para o setor automóvel antevê que a frota de veículos em Moçambique cresça 164% até 2029", concluem os analistas.