Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro Shinzo Abe disse hoje que o país está num momento decisivo para perceber se é possível manter o surto sob controlo no Japão antes dos Jogos Olímpicos, no verão.
Abe foi fortemente criticado na última semana por ter determinado o encerramento de escolas durante mais de um mês, numa altura em que o ano académico no país estava perto de terminar (as aulas começam em abril e terminam em março).
Hoje disse que o pacote de emergência inclui apoio financeiro aos pais e aos seus empregadores, afetados pelo encerramento das escolas.
Nas declarações à imprensa, Abe sublinhou que há muito sobre o novo vírus que ainda é desconhecido e que lutar contra um "inimigo desconhecido não é fácil".
"Falando francamente, esta batalha não pode ser ganha apenas com os esforços do governo. Não o podemos fazer sem a compreensão e cooperação de todos vós, incluindo instituições médicas, famílias empresas e governos locais.
O primeiro-ministro disse compreender que o encerramento de escolas até ao final de março iria prejudicar as celebrações dos alunos finalistas e obrigaria os pais a tirar mais dias de folga, mas disse que esta era uma medida necessária para minimizar o risco de crianças e professores levarem a infeções em massa.
O plano prevê apoios específicos para os pais que tenham que faltar ao trabalho para ficar a tomar conta de crianças pequenas, mas também medidas para ampliar a resposta médica em caso de escalada do surto, assim como verbas para ajudar a desenvolver uma vacina e kits de teste ao vírus mais eficientes.
O Japão tem mais de 900 casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados, incluindo 705 pessoas que viajavam no navio de cruzeiro Diamond Princess, atracado e em quarentena em Yokohama.
Dois portugueses tripulantes do navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão com confirmação de infeção.
Também hoje o Equador, na América do Sul, confirmou o primeiro caso "importado" de infeção pelo Covid- 19, tratando-se de uma idosa que viajou de Espanha para o país há cerca de 15 dias, encontrando-se internada numa unidade especial de cuidados intensivos em um dos quinze hospitais destacados para tratar a doença, adiantou a EFE.
A ministra da Saúde do Equador, Catalina Andramuño, depois de confirmar o caso da doente infetada, garantiu que foi ativado o plano nacional para proteger a população do surto da doença, classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo de "risco muito elevado".
A ministra disse que a doente em causa padecia de outras doenças e que não apresentou sintomas até ter sido detetada a infeção pelo novo coronavírus.
Clarificou ainda que não existem no país mais casos suspeitos.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.916 mortos e infetou mais de 84 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 57 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.
Além de 2.835 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
A OMS declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".