O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, disse esta quarta-feira que os ministros das Finanças da zona euro vão acompanhar de perto os desenvolvimentos em torno do novo coronavírus e o potencial impacto económico, estando preparados para tomar medidas, incluindo de natureza orçamental. Sobre o impacto na economia portuguesa, Centeno diz que ainda é cedo para adiantar números.
"O impacto [do Covid-19] nesta altura ainda é incerto. Vamos monitorizar a situação de perto e fazer todos os esforços para conter a propagação do vírus", disse Centeno, em conferência de imprensa após a teleconferência, em Lisboa.
Sobre o potencial impacto na economia portuguesa, Centeno disse ainda é cedo para adiantar números, mas admite que dependendo da proporção os efeitos poderão vir a fazer-se sentir.
"Ainda é cedo para fazer contas. A economia portuguesa teve um comportamento muito superior ao da area do euro no final de 2019, que se manteve nos primeiros meses do ano. (...) O que obviamente não significa que um impacto global que esta situação coloca se venha a fazer sentir em Portugal", disse Centeno.
O presidente do Eurogrupo admite que o impacto do novo coronavírus será mais "acentuado em determinadas áreas", como por exemplo em Itália, onde o surto já provocou cerca de oito dezenas de mortos.
Por esse motivo, e considerando os potenciais riscos, os membros do Eurogrupo vão "coordenar as respostas" de cada país, sendo que Centeno admite que poderão ser tomadas "medidas de natureza orçamental".
Questionado sobre se o excedente orçamental, previsto para a economia portuguesa este ano, poderá estar em causa, Centeno não se adiantou sobre este assunto, mas esclareceu que essa "não é uma preocupação, neste momento, do ministro das Finanças".