No dia em que foi divulgado que a economia portuguesa registou um excedente de 0,2% no ano passado, o ministro das Finanças, Mário Centeno, sublinhou que apesar do choque proveniente do impacto do novo coronavírus, a economia portuguesa nunca esteve tão bem preparada para lidar com uma crise. Porém, apesar de ainda ser cedo para fazer contas, Centeno admite estar a trabalhar "com um cenário de recessão".
"Temos contudo algumas certezas: tudo faremos para voltar à normalidade e o país nunca esteve tão bem preparado para lidar com uma crise", disse o ministro das Finanças, em conferência de imprensa.
Sobre o impacto da Covid-19, que ainda é precoce estimar, Centeno deixa a garantia que este choque terá "consequências graves", ao mesmo tempo que garante que a crise será "temporária", uma vez que o problema não é estrutural.
O ministro das Finanças antecipa que haverá uma "queda acentuada da atividade económica no segundo trimestre do ano", que depois poderá prolongar-se durante o resto do ano. Centeno admite mesmo que está em cima da mesa um "cenário de recessão", à semelhança da "grande maioria" dos outros países. Tudo vai depender da duração da crise.
No final do ano passado, a "economia portuguesa era a que mais crescia [comparando] com as da Europa ocidental", disse Centeno - isto "demonstra a dinâmica que a economia portuguesa tinha e que foi agora abruptamente interrompida" pelo surto da Covid-19.
Acompanhe aqui:
Declarações do Ministro das Finanças sobre o Impacto do Saldo Orçamental de 2019 https://t.co/t8gIcKdbIs
— República Portuguesa (@govpt) March 25, 2020
Portugal registou excedente em 2019, pela 1.ª vez em democracia
Os dados provisórios divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira, revelam que Portugal registou um excedente de 0,2% do produto interno bruto (PIB) no ano passado. É a primeira vez que isto acontece em democracia.
Este valor é melhor do que o Governo antecipava, uma vez que as contas do ministro das Finanças, Mário Centeno, apontavam para um défice de 0,1% do PIB.
[Notícia atualizada com mais informação às 16h14]