"A presidência da CE não exclui nenhuma opção dentro dos limites do Tratado", observou Von der Leyen.
A chefe do executivo comunitário emitiu uma declaração na noite de sábado, na qual também indicou que, para "garantir a recuperação", Bruxelas proporá alterações à proposta para o próximo orçamento europeu (o chamado Quadro Financeiro Plurianual).
"Isso inclui um pacote de estímulo que garantirá a manutenção da coesão na União Europeia por meio de solidariedade e responsabilidade", afirmou.
Von der Leyen lembrou que o Conselho Europeu solicitou ao Eurogrupo que apresentasse propostas nas próximas semanas em resposta ao impacto económico do coronavírus.
"A Comissão participará nessas discussões e está preparada para ajudar", acrescentou.
Paralelamente, Bruxelas está a trabalhar em "propostas para a fase de recuperação", no âmbito dos Tratados da União Europeia.
Como "primeiro passo", disse a presidente da CE, "trabalha-se na flexibilização total dos fundos existentes, como os fundos estruturais".
Von der Leyen recordou as declarações que fez no sábado à agência noticiosa alemã DPA em relação aos chamados 'coronabonds', um instrumento que Espanha, Itália e outros países da União pedem para mutualizar os mecanismos de dívida.
"A palavra 'coronabonds' é realmente apenas um 'slogan'. O que está por detrás é uma grande questão sobre responsabilidades", disse Von der Leyen à agência alemã.
"Existem limitações legais, esse não é o plano. Não estamos a trabalhar nisso", afirmou a presidente da CE naquela entrevista, na qual indicou que Bruxelas recebeu do Conselho Europeu "a missão de elaborar o plano de reconstrução" e que esse "é o caminho".
O continente europeu, com mais de 351 mil infetados e mais de 21 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.023 mortos em 92.472 casos registados até sábado.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 6.528, entre 78.797 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infetados (mais de 121 mil).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 640 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 30.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 130.600 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.